sexta-feira, agosto 01, 2014

"TORRE DE DAVID", A MAIOR FAVELA VERTICAL DO MUNDO, COMEÇOU A SER DESPEJADA...










Soldados e autoridades da Venezuela começaram a retirar centenas de famílias nesta terça-feira de um arranha-céu de 45 andares que domina o horizonte de Caracas e é considerado a mais alta favela do mundo.
O despejo em massa da chamada “Torre de David”, cuja intenção original era ser um centro bancário, abandonada em 1994, transformada mais tarde na casa de cerca de 3 mil venezuelanos pobres, aconteceu de maneira pacífica.


“A necessidade  trouxe-me para aqui, e a torre foi uma boa casa”, disse Yuraima Parra, de 27 anos, com a sua filha bebé ao colo, enquanto soldados ajudavam a carregar as suas coisas para um carro, antes do amanhecer.
“Fiquei lá cerca de sete anos. Vou sentir falta, mas é hora de seguir em frente."
Os habitantes da torre declararam que as autoridades lhes estavam a  fornecer casas novas em Cúa, ao sul de Caracas, num projeto habitacional do governo - uma das principais bandeiras do finado presidente socialista Hugo Chávez.

Apelidada pelo nome de seu criador, o empresário e criador de cavalos David Brillembourg, a Torre de David tem sido vista por muitos moradores de Caracas como um foco de crimes de gangues e símbolo de "invasões" de propriedades alimentadas na era do presidente Chávez.
Os residentes, no entanto, afirmaram que o prédio se tinha tornado num refúgio, em comparação com os bairros violentos da cidade, e que se tinha tornado também algo como uma comunidade a ser usada como modelo.


Dentro do local havia provas de extrema organização em todos os lugares: corredores varridos diariamente, moradoras que primeiramente chegavam em barracas depois dividiam espaços em apartamentos bem mantidos; regras, itinerários de trabalho e advertências eram colocados em murais.
A vida, no entanto, não era fácil.
Por vezes, as pessoas caíam das bordas perigosas nos andares. Não havia elevadores, o que resultava em longas subidas e descidas todos os dias. O fornecimento improvisado de eletricidade e água era um problema.

A polícia de Caracas não compartilhava a visão de que a comunidade fosse exemplar, e invadiu várias vezes o local em busca de vítimas de sequestros.
“As pessoas estão animadas, também. Algumas não queriam deixar Caracas. Mas isso foi tudo discutido e concordado antecipadamente."


O governo do presidente Nicolás Maduro ainda não disse o que fará com a torre, mas um jornal local relatou que bancos chineses estariam interessados na sua aquisição, para a restaurar e manter no seu propósito original.






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