FADO
PORTUGUÊS
O
Fado nasceu um dia,
quando
o vento mal bulia
e
o céu o mar prolongava,
na
amurada dum veleiro,
no
peito dum marinheiro
que,
estando triste, cantava,
que,
estando triste, cantava.
Ai,
que lindeza tamanha,
meu
chão, meu monte, meu vale,
de
folhas, flores, frutas de oiro,
vê
se vês terras de Espanha,
areias
de Portugal,
olhar
ceguinho de choro.
Na
boca dum marinheiro
do
frágil barco veleiro,
morrendo
a canção magoada,
diz
o pungir dos desejos
do
lábio a queimar de beijos
que
beija o ar, e mais nada,
que
beija o ar, e mais nada.
Mãe,
adeus. Adeus, Maria.
Guarda
bem no teu sentido
que
aqui te faço uma jura:
que
ou te levo à sacristia,
ou
foi Deus que foi servido
dar-me
no mar sepultura.
Ora
eis que embora outro dia,
quando
o vento nem bulia
e
o céu o mar prolongava,
à
proa de outro veleiro
velava
outro marinheiro
que,
estando triste, cantava,
que,
estando triste, cantava.
JOSÉ
RÉGIO
Sérgio Odeith, é um artista português conhecido pela
tridimensionalidade das suas obras. Os seus graffitis “saltam” das paredes,
dando a ilusão que são objetos 3D.
Nascido em 1976 na Damaia, descobre o graffiti na década
de 80, numa altura em que a arte de rua despontava em Portugal. O gosto pelo
desenho leva-o a entrar no mundo das tatuagens, criando e seu próprio estúdio
em 2000.
Em 2005 faz os seus primeiros trabalhos de arte
anafórmica, sendo pioneiro no uso desta técnica.
A arte anafórmica, também conhecida por anaformose ou
anaformismo, é um efeito de ilusão de ótica, com recurso ao uso da perspectiva
e a um jogo de luz e sombras, que, sob determinado ponto de vista, permite que
a obra seja compreendida em 3D.
Feitos no ângulo de duas paredes os grafittis de Odeith
parecem esculturas, objetos 3D que saltam das paredes e flutuam no espaço. A
palavra Odeith, experimentada em variadíssimos letterings e onde cada letra se
destaca no espaço, é uma das suas imagens de marca.
A imagem inserida nesta publicação foi elaborada com
fotografias dos graffitis deste artista, Amália e Carlos Paredes, captadas por
mim no distrito da Amadora.
Sem comentários:
Enviar um comentário