SEM CULPA...
Dizes agora que eu quis acabar;
que sou culpada de teus tristes dias;
que não te amei ou não te soube amar;
porque é falsa a teima em que porfias,
Deixavas-me sozinha, a delirar
ciúmes, em loucuras e bravias
crispações; começava a agonizar
o meu amor, e tu...nada fazias!
Não qu´rias acabar mas insististe
nesta separação tão longa e triste
e escrevias-me cartas tão banais!...
Porque quiseste ser o meu ausente?
...se o meu amor já era tão doente
e eu não podia acreditar-te mais!
JUDITH TEIXEIRA
"Inverno", 1925
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