O Concerto
de Ano Novo, realizado pela Filarmónica de Viena (em alemão Das Neujahrskonzert
der Wiener Philharmoniker) é um concerto especial de música clássica que se
realiza todos os anos no dia 1 de Janeiro, na sala grande do Musikverein em
Viena, na Áustria. O concerto é televisionado e assistido por um bilhão de
pessoas em mais de cinquenta países.
O maestro
indiano Zubin Mehta foi o escolhido para dirigir aquele que é o acontecimento
musical mais mediático do início de cada ano, o Concerto de Ano Novo no
Musikverein de Viena. Pela quinta vez que este diretor musical, nascido em
Bombaim em 1936, esteve à frente da Orquestra Filarmónica de Viena, entrando
assim no clube restrito de maestros que tiveram essa honra: os austríacos
Clemens Krauss (1893-1954) e Willi Boskovsky (1909-1991) e o norte-americano
Lorin Maazel (1930-2014).
O programa
do concerto, já na 75ª. edição, teve cerca de duas dezenas de peças,
maioritariamente de autoria da famosa dinastia Strauss, como a Marcha de
Radetzky, de Johann Strauss Pai, ou o Danúbio azul, do filho. Fora da família
Staruss, foram interpretadas o Galope do champagne, do compositor dinamarquês
Hans Christian Lumbye, e Cavalaria ligeira, do austríaco Franz von Suppé,
conhecido autor de operetas.
Apesar do
tom ligeiro e festivo do programa, Zubin Mehta dirigiu muitas peças pela
primeira vez, o que o obrigou a um trabalho mais difícil nos ensaios. Mas o
maestro apostou no carácter festivo do evento, e no seu significado para os
milhões de espectadores que a ele assistem em todo o mundo. “Há em todo o lado pessoas
que se odeiam. Mas esta música aproxima-os durante duas horas e meia, e é isso
que é importante”, declarou Mehta.
Depois de,
na última edição, a Filarmónica de Viena ter sido dirigida por Daniel Barenboim
num espectáculo que assinalou o centenário do início da Primeira Guerra
Mundial, o Concerto de Ano Novo de 2015 foi dedicado a celebrar instituições
históricas da capital austríaca: os 650 anos da Universidade de Viena, os 200
anos da Universidade Técnica, mas também os 150 anos da abertura da circular
rodoviária (Ring) que delimita o centro histórico.
No que diz
respeito a Zubin Mehta, além da quinta vez que dirige o Concerto de Ano Novo,
foi mais um regresso a uma cidade a que está ligado desde que, com apenas 18
anos, aí se radicou para estudar no Conservatório de Música. Foi também em
Viena que se estreou como maestro, em 1958, três anos antes de dirigir, pela
primeira vez, a Filarmónica da cidade.
Ao longo
daquela que é uma das carreiras de maestro mais celebradas no último meio
século, Zubin Mehta foi director musical das filarmónicas de Los Angeles
(1962-78) e de Nova Iorque (1978-91), sendo atualmente diretor vitalício da
Filarmónica de Israel.
Os concertos
de Ano Novo são realizados no Salão Maior (em alemão Großer Saal) do
Musikverein desde 1939. A partir de 1980, as flores que decoram profusamente a
sala são ofertas da cidade de Sanremo, na Itália. Durante o concerto, algumas
peças são acompanhadas por ballet, com a participação ao vivo ou gravada em
diversos monumentos famosos da Áustria (Palácio de Schönbrunn, Schloss
Esterházy, a Ópera Estatal de Viena, por exemplo) e partes do Musikverein, por
dançarinos do Ballet da Ópera Estatal de Viena.
Este tradicional concerto de Viena é um embaixador
musical da Áustria, para enviar ao mundo uma saudação de Ano Novo com o
espírito de esperança, amizade e paz.
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2 comentários:
Simplesmente fantástica,afortunado quem teve a oportunidade de apreciar uma apresentação da orquestra. Grande abraço do Brasil!
De facto, trata-se de um concerto que todos os anos renova a maravilhosa música da família Strauss. Viena, como cenário e cidade, são inesquecíveis.
Beijo Grande.
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