É
a primeira vez que um português recebe a distinção.
Carlos
do Carmo, um dos nomes históricos do fado, vai receber em Novembro um Grammy
pela sua obra. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Directivo da
Academia Latina (Latin Academy of Recording Arts and Sciences) e foi comunicada
directamente ao cantor na tarde de segunda-feira, 30 de Junho, e anunciada
nesta terça-feira oficialmente à imprensa. É a primeira vez que um português
recebe tal distinção.
No
comunicado da Academia, que refere Carlos do Carmo como "um dos maiores
fadistas do seu tempo" — realçando a influência da mãe, Lucília do Carmo, na
sua carreira.
Diz-se que as afinidades pessoais do cantor com a canção
francesa e a bossa nova criaram nele "um inequívoco e definitivo estilo que o
distingue como uma das mais icónicas vozes da música portuguesa". A Academia
refere ainda o papel-chave de Carlos do Carmo na bem-sucedida candidatura do
Fado a Património da Humanidade.
Esta
notícia é conhecida num momento em que ainda se celebram os 50 anos de carreira
do cantor, comemorados com reedições históricas, concertos, um disco de
parceria com fadistas das novas gerações (Fado É Amor) e uma exposição na
Cordoaria Nacional.
Em
1973 saiu um dos discos preferidos de Carlos do Carmo, "Por Morrer Uma
Andorinha".
Elucidativo do que seria Carlos do Carmo ao vivo nessa época, já que
a faixa foi gravada num estúdio móvel instalado na cave do Faia, o restaurante
da mãe, onde Carlos começou a cantar. "A cantar para a geração da minha
mãe", precisa, antes de dizer que o que se ouvia nesse disco era "um
miúdo atrevido". "Durante anos os velhotes diziam-me que gostavam de
me ouvir mas que a minha mãe é que era. Cantei numa época em que a geração de
ouro estava toda em actividade…"
O
Grammy Lifetime Achivement Award, anunciou hoje a agência do cantor, será
entregue a Carlos do Carmo no MGM de Las Vegas, USA, no dia 19 de Novembro, mês
em que, segundo a mesma fonte, se estreará um documentário sobre a sua vida.
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