(De
factos e de votos)
O vento
que sopra da Europa é frio. O silvo gélido lembra décadas de egoísmo nacional,
de exaltações rácicas, de fechamento ao diferente, ao outro.
AS
MÃES DE SALOMÃO
A
míngua sempre traz o pior de cada povo. A palavra pátria ganha sílabas de
agressão.
O
vento que sopra da Europa é tão frio, que lembra quão longe já vai na memória
destes líderes atávicos o tempo de todas as pragas. Porém, a Ibéria resistiu na
moderação, apesar de fustigada. Aqui, toda a meia-idade ainda sentiu na pele os
últimos estertores dessa tempestade que agora se volta a formar nas capitais do
costume. Moscovo, Berlim – e o seu apêndice norte, Copenhaga –, Paris, Roma,
Londres.
Com
o dilúvio que se abateu ontem sobre a França, o vento que sopra da Europa vem
ciclónico das mais desumanas estepes.
À
cegueira dos povos, à amnésia dos líderes, à voragem dos novos agiotas, a
História atribuirá todas as causas da tempestade perfeita.
Com
estes ventos que sopram da Europa, talvez seja prudente manter a bitola
ibérica. Nos carris. Na sanidade social. Na democracia.
Por
cá, o radical de serviço é um ameno Marinho e Pinto – o único verdadeiro
vencedor de umas eleições marcadas pela moderação de um povo macerado, mas que
ainda não perdeu a cabeça. Nem a memória.
O
grito das urnas aponta imperiosa necessidade de entendimento – por sentido de
Estado e de urgência – entre PS e PSD.
Entendimento.
Para que um dia não se diga que Pedro e António foram como duas mães frente ao
rei Salomão.
Ambas
falsas e a quererem um bebé cortado ao meio.
Octávio
Ribeiro,
(em“Opinião”,CM)
Este
foi um artigo que chamou particularmente a minha atenção, quando hoje lia um
pouco de alguns jornais matutinos, neste caso o CM. Quer pela sua escrita, quer
pelo seu conteúdo.
Gostei…
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