Władziu
(ou Vladziu) Valentino Liberace (May 16, 1919 -- February 4, 1987), mais
conhecido simplesmente como Liberace, foi um pianista americano e vocalista, de
origem italo-polaca.
Com
uma carreira que durou quatro décadas de concertos, gravações, filmes, e
televisão, Liberace tornou-se mundialmente famoso. Durante os anos 1950 - 1970,
foi o artista mais bem pago do mundo e abraçou um estilo de vida extravagante
pelos seus excessos, dentro e fora do palco.
Cenas de "Por detrás do Candelabro" |
Durante
a sua vida, negou sempre ser gay, e processou aqueles que o acusaram disso. Perto do fim de vida , o seu motorista Scott Thorson, processou-o, impondo-lhe a exigência
de, ao fim de cinco anos de relacionamento, ter direito à mesma quantia em
dinheiro que os casais legalmente casados usufruem. Morreu vítima de doença
relacionada com a sida.
Thorson
conheceu Liberace em 1976, quando tinha 17 anos, através de sua amizade com
o produtor de cinema de Hollywood Ray Arnett. Quando Thorson tinha 17 anos,
Liberace contratou-o para atuar como seu amigo pessoal e companheiro, uma
posição que supostamente incluía um relacionamento amoroso de cinco anos com
presentes caros, viagens e a promessa de Liberace de que iria adotar e cuidar
de Thorson.
Liberace nos anos 1950-1970 |
Liberace também incorporou Thorson nas suas performances nos palcos de Las Vegas .
De acordo com Thorson, o seu relacionamento sério terminou por
causa da promiscuidade sexual de Liberace e da dependência de drogas de Thorson,
provocada pelo facto de Liberace ter contratado um cirurgião plástico para rejuvenescer o rosto de Thorson.
O
filme baseia-se precisamente no livro autobiográfico de Thorson, aqui encarnado
por Matt Damon, e acompanha toda a sua relação com Liberace (Douglas),
incluindo as operações plásticas que o pianista o obrigou a fazer para o
recriar à sua imagem, mas não escamoteando os seus próprios problemas com as
drogas. Soderbergh esconde com enorme mestria as suas restrições orçamentais e
deixa brilhar o equilibradíssimo argumento de Richard LaGravenese (que
facilmente podia resvalar para o kitsch ou para a denúncia mas que nunca o faz)
e a prestação excepcional da dupla de protagonistas, com Douglas a pôr de lado
a sua habitual imagem máscula ao encarnar uma figura completamente gay, e Damon
todo em contenção a conseguir não ser apagado por ele. Um filme e uma história
a descobrir.
Cenas da passagem do filme "Por detrás do Candelabro", pelo Festival de Cinema de Cannes |
Uma das maiores surpresas de Por Detrás do Candelabro, é a de perceber
que afinal não é só o dinheiro a garantir que projectos são ou não aprovados em
Hollywood. E, neste caso, os motivos não são os melhores. É que, pelos vistos,
apesar do filme se centrar numa das figuras do espectáculo mais míticas nos EUA
(o pianista Liberace), ter duas enormes estrelas de cinema como protagonistas
(Michael Douglas e Matt Damon), ter um realizador oscarizado atrás das câmaras
(Steven Soderbergh, acabado de sair do êxito de Magic Mike), e ter uma história
com vários ingredientes de escândalo, o filme foi recusado por todos os
estúdios por ser considerado “demasiado gay”, acabando por ser produzido pelo
canal televisivo HBO e estreado apenas no pequeno ecrã.
Por Detrás do Candelabro acabaria por ter mais sorte na
Europa, onde ninguém ligou às suas raízes televisivas e em que, após passar em
competição no Festival de Cinema de Cannes, está a estrear nas salas de cinema
um pouco por todo o lado.
Uma história a não perder...
FICHA TÉCNICA:
"Por Detrás do Candelabro",
Crítica, Filmes
De Steven Soderbergh,
EUA, 118 min.
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