quinta-feira, setembro 19, 2013

"POR DETRÁS DO CANDELABRO", A CHEGAR ÀS NOSSAS SALAS DE CINEMA...












Władziu (ou Vladziu) Valentino Liberace (May 16, 1919 -- February 4, 1987), mais conhecido simplesmente como Liberace, foi um pianista americano e vocalista, de origem italo-polaca.

Com uma carreira que durou quatro décadas de concertos, gravações, filmes, e televisão, Liberace tornou-se mundialmente famoso. Durante os anos 1950 - 1970, foi o artista mais bem pago do mundo e abraçou um estilo de vida extravagante pelos seus excessos, dentro e fora do palco.

Cenas de "Por detrás do Candelabro"

Durante a sua vida, negou sempre ser gay, e processou aqueles que o acusaram disso. Perto do fim de vida , o seu motorista Scott Thorson, processou-o, impondo-lhe a exigência de, ao fim de cinco anos de relacionamento, ter direito à mesma quantia em dinheiro que os casais legalmente casados usufruem. Morreu vítima de doença relacionada com a sida.

Thorson conheceu Liberace em 1976, quando tinha 17 anos, através de sua amizade com o produtor de cinema de Hollywood Ray Arnett. Quando Thorson tinha 17 anos, Liberace contratou-o para atuar como seu amigo pessoal e companheiro, uma posição que supostamente incluía um relacionamento amoroso de cinco anos com presentes caros, viagens e a promessa de Liberace de que iria adotar e cuidar de Thorson. 

Liberace nos anos 1950-1970

Liberace também incorporou Thorson nas suas performances nos palcos de Las Vegas . 
De acordo com Thorson, o seu relacionamento sério terminou por causa da promiscuidade sexual de Liberace e da dependência de drogas de Thorson, provocada pelo facto de Liberace ter contratado  um cirurgião plástico para rejuvenescer o rosto de Thorson. 

O filme baseia-se precisamente no livro autobiográfico de Thorson, aqui encarnado por Matt Damon, e acompanha toda a sua relação com Liberace (Douglas), incluindo as operações plásticas que o pianista o obrigou a fazer para o recriar à sua imagem, mas não escamoteando os seus próprios problemas com as drogas. Soderbergh esconde com enorme mestria as suas restrições orçamentais e deixa brilhar o equilibradíssimo argumento de Richard LaGravenese (que facilmente podia resvalar para o kitsch ou para a denúncia mas que nunca o faz) e a prestação excepcional da dupla de protagonistas, com Douglas a pôr de lado a sua habitual imagem máscula ao encarnar uma figura completamente gay, e Damon todo em contenção a conseguir não ser apagado por ele. Um filme e uma história a descobrir.

Cenas da passagem do filme "Por detrás do Candelabro", pelo Festival de Cinema de Cannes

Uma das maiores surpresas de Por Detrás do Candelabro, é a de perceber que afinal não é só o dinheiro a garantir que projectos são ou não aprovados em Hollywood. E, neste caso, os motivos não são os melhores. É que, pelos vistos, apesar do filme se centrar numa das figuras do espectáculo mais míticas nos EUA (o pianista Liberace), ter duas enormes estrelas de cinema como protagonistas (Michael Douglas e Matt Damon), ter um realizador oscarizado atrás das câmaras (Steven Soderbergh, acabado de sair do êxito de Magic Mike), e ter uma história com vários ingredientes de escândalo, o filme foi recusado por todos os estúdios por ser considerado “demasiado gay”, acabando por ser produzido pelo canal televisivo HBO e estreado apenas no pequeno ecrã.

Por Detrás do Candelabro acabaria por ter mais sorte na Europa, onde ninguém ligou às suas raízes televisivas e em que, após passar em competição no Festival de Cinema de Cannes, está a estrear nas salas de cinema um pouco por todo o lado. 

Uma história a não perder...



FICHA TÉCNICA:

"Por Detrás do Candelabro",
Crítica, Filmes
De Steven Soderbergh, 
EUA, 118 min. 










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