Operalia de Plácido Domingo, a competição Opera Mundo, foi fundada em 1993 por Plácido Domingo para descobrir e ajudar a lançar as carreiras dos mais promissores jovens cantores de ópera da atualidade. O seu objetivo é chamar cantores de todas as tessituras de voz e de todos os países do mundo entre 18 e 32 anos de idade, para os "descobrir" e serem ouvidos por um painel de personalidades ilustres da ópera internacional, constituindo a seleção mais prestigiada e competitiva do mundo.
Aida Garifullina, vencedora feminina |
A
cada ano, a competição recebe cerca de 1.000 aplicações. Um júri especial de três
profissionais de ópera reconhecidos, ouve cada gravação concorrente e avalia estas numa escala de 1-10. Os resultados são computados, discrepâncias na
pontuação são discutidas em conjunto, e os primeiros quarenta candidatos são
convidados a participar na competição daquele ano. (Alguns cantores também são
mantidos em reserva, no caso de algum dos candidatos selecionados não aceitar o convite).
O
júri, constituído pelos dez especialistas da ópera, e presidido por Plácido Domingo como membro
sem direito a voto, reúne-se numa cidade anfitriã internacional diferente todos os anos, para ouvir todos os quarenta finalistas ao vivo durante dois dias, nos quartos da final. Cada cantor começa por cantar uma ária de ópera a
partir de uma lista de quatro árias que ele ou ela tenham escolhido, e o júri
pede então ao concorrente para cantar mais uma segunda ária da lista. Se este também concorre na categoria de Zarzuela, ele ou ela devem igualmente interpretar uma Zarzuela. São vinte os participantes selecionados para as
semi-finais, em que cantam uma ária escolhida pelo júri. Se competirem na categoria Zarzuela, também terão de interpretar uma Zarzuela. Dos vinte
semi-finalistas, são dez, os escolhidos para a Fase Final.
Os
quartos-de-final e meias-finais são realizados em forma de teste, acompanhados
por pianistas oficiais do Operalia. O Final é apresentado na forma de um
concerto de gala acompanhado por uma orquestra completa, dirigida pelo maestro
Plácido Domingo .
Este ano, na 20.º aniversário do Operalia, Verona foi a cidade anfitriã eleita pela mais pretigiada competição de Ópera do mundo.
No
final, o primeiro prémio foi entregue à soprano russa Aida Garifullina que, comovida, declarou:
"Eu
amo ópera, vivo esta música a cada segundo... Quero aprender mais, uma música
nova todos os dias, novas árias... E sabem qual é a coisa mais importante? Que
as pessoas me amem. É com isso que eu sonho, não quero apenas cantar, quero que as pessoas adorem a minha atuação, a minha voz, a minha
alma."
Na categoria masculina o vencedor foi um baixo-barítono
chinês, Ao Li, que numa explosão de entusiasmo, manifestou :
"Antes da final queria cantar "Madamina", de
Don Giovanni, a ária de Leporello, a ária do catálogo. Mas o Maestro Domingo aconselhou-me: "se cantares "Madamina" apostas forte, mas se cantares Aleko - foi o que fiz esta noite - podes cantar «mais». Esta noite, a minha voz... Senti-a florescer, foi fantástico!"
Arena de Verona |
Por
detrás desta competição está sempre a generosidade de Plácido Domingo:
"Pensei
sempre fazer um concurso um pouco diferente, que me permitisse acompanhar os
vencedores, ou seja, não se limitarem a ganhar um prémio e não nos voltarmos a
ver... Quero trabalhar, dar concertos, levá-los aos teatros onde a minha
palavra conta... Diria que é um empurrão, uma ajuda que pode acelerar um pouco
as suas carreiras..."
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