Completaram-se ontem 50 anos da edificação do muro que durante 28 anos dividiu a Alemanha Oriental (RDA), da Alemanha Ocidental (RFA), e que viria a tombar em 1989.
Há 50 anos, a RDA justificou a construção do Muro com a necessidade de "travar as provocações imperialistas montadas pelo ocidente". O verdadeiro objetivo dos líderes comunistas, porém, era estancar a emigração para a Alemanha Federal, que nos primeiros doze meses de existência da RDA já tinha ultrapassado os três milhões de pessoas.
Na madrugada de um domingo, 13 de agosto, as milícias da RDA começaram a erguer barreiras de arame farpado, nas linha divisória entre o sector soviético e os sectores ocidentais. Tanques da RDA ocuparam importantes artérias, e a circulação dos transportes públicos no sentido leste-oeste foi cortada. As potências ocidentais renunciaram a uma intervenção militar, para evitar um conflito que poderia conduzir a uma terceira guerra mundial.
"Mais vale um muro do que uma guerra", disse, na altura, o presidente norte-americano John F.Kennedy, segundo vários historiadores.
Mas durante uma onda revolucionária que varreu o bloco de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou, em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, numa atmosfera de grande celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs, e mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase toda a estrutura.
A queda do Muro de Berlim, abriu o caminho para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada a 3 de outubro de 1990. Muitos apontam esta data como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
Durante as comemorações que na Alemanha assinalaram a queda do Muro, o presidente alemão, Christian Wulff, na conpanhia da chanceler Angela Merkel, marcou presença nas cerimónias realizadas no Memorial do Muro e afirmou" A lembrança da injustiça do Muro adverte-nos para não deixarmos sozinhos os que lutam pela liberdade, a democracia e os direitos cívicos. A liberdade acabou por triunfar, não há muro que resista ao desejo de liberdade".
Recorde-se que o país esteve dividido em República Democrática Alemã (RDA) e República Federal Alemã (RFA) até à queda do Muro de Berlim, em 1989, quando o país assistiu ao fim do regime comunista.
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