POEMA
DA DESPEDIDA
Não
saberei nunca
dizer
adeus
Afinal,
só
os mortos sabem morrer
Resta
ainda tudo,
só
nós não podemos ser
Talvez
o amor,
neste
tempo,
seja
ainda cedo
Não
é este sossego
que
eu queria,
este
exílio de tudo,
esta
solidão de todos
Agora
não
resta de mim
o
que seja meu
e
quando tento
o
magro invento de um sonho
todo
o inferno me vem à boca
Nenhuma
palavra
alcança
o mundo, eu sei
Ainda
assim,
escrevo.
MIA
COUTO
(Raiz de orvalho)
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