SEI DE UM RIO
Sei
de um rio, sei de um rio
Em
que as únicas estrelas nele sempre debruçadas
São
as luzes da cidade
Sei
de um rio, sei de um rio
Onde
a própria mentira tem o sabor da verdade
Sei
de um rio…
Meu
amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que
nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E
a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai
repetindo e lembrando
Sei
de um rio, sei de um rio
Meu
amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que
nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E
a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai
repetindo e lembrando
Sei
de um rio, sei de um rio
Sei
de um rio, até quando
PEDRO
HOMEM DE MELLO
Poeta lírico e autor de uma vasta obra,Pedro da Cunha
Pimental Homem de Mello (1904-1984) nasceu na cidade do Porto em 1904 e faleceu em 1984.
Formou-se em Direito pela Universidade de Lisboa.
Foi subdelegado do procurador da República, dedicou-se ao
ensino, tendo sido director da Escola Comercial Mouzinho da Silveira.
Pedro Homem de Mello foi também jornalista e estudioso
das tradições populares e do folclore nacional, sobretudo do Norte, que durante
anos divulgou num programa da RTP.
Destaque também para a sua colaboração no movimento da
revista literária “Presença”, fundada em Coimbra, em 1927.
Pedro Homem de Mello desenvolveu uma extensa obra
poética, com a publicação de mais de 30 títulos e que vão desde a década de 30
até à década de 70. Ainda que seja um autor pouco divulgado, Pedro Homem de
Mello assume o seu lugar no panorama cultural nacional. Reveladores dessa
dimensão são os prémios que recebeu: Prémio Antero de Quental (1939), Prémio
Ocidente (1964), e o Prémio Nacional de Poesia em 1972.
Amália Rodrigues imortalizou algumas das suas palavras,
particularmente os títulos “Povo que lavas no rio”, “O rapaz da camisola
verde”, “Havemos de ir a Viana” e “Fria Claridade”, hoje temas incontornáveis
no Fado.
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