sábado, fevereiro 20, 2016

UMBERTO ECO(1932-2016), UM DOS MAIORES VULTOS DA CULTURA DOS SÉCULOS XX E XXI, LAMENTAVELMENTE DEIXOU-NOS...




“Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera"
Umberto Eco


Umberto Eco, filósofo, semiólogo e romancista italiano, autor de "O nome da rosa" e "O pêndulo de Foucault", morreu nesta sexta-feira, dia 19, segundo os jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera". A informação foi dada por um familiar do escritor, ao informar que Eco morrera aos 84 anos em sua casa às 22h30 do horário local.

A causa da morte não foi informada, mas o escritor lutava já contra um cancro.
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932. Quando pequeno, durante a Segunda Guerra Mundial, mudou-se com sua mãe para uma vila pequena, na região montanhosa de Piemonte. O seu pai, oriundo de uma família de 13 filhos, foi mobilizado para lutar em três guerras.

O pai de Umberto queria que o filho estudasse direito, mas este decidiu entrar na Universidade de Turin para estudar filosofia medieval e literatura. Mais tarde, Umberto também foi professor na mesma Universidade.
Trabalhou como editor de cultura no canal de televisão RAI, onde conheceu um grupo de escritores, pintores e músicos que  influenciou a sua futura carreira de escritor.

Em setembro de 1962, Eco casou-se com Renate Ramge, uma professora de arte alemã de quem teve dois filhos. Dividia O seu tempo entre um apartamento em Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que guardava cerca de 20 mil exemplares.

Em 1992 e 1993, Eco foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Também lecionou nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade de San Marino e na Universidade de Bologna, onde foi presidente da Faculdade de Ciências Humanas.

Tornou-se popular sobretudo pelo seu romance "O nome da rosa" publicado em 1980. O livro combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a história do frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar o caso de um mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias. A história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução erótica.

Em 1986 foi lançado o filme de mesmo nome, dirigido por Jean-Jacques Annaud e protagonizado pelo ator Sean Connery.


Descanse em paz.



Entre as suas obras mais conhecidas também estão os romances "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010), além dos ensaios "A Estrutura Ausente" e "História da Beleza". O seu último romance "O número Zero" foi publicado no ano passado.

Com quase 50 anos, começou a escrever romances, após uma brilhante carreira académica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios, quando decidiu procurar novos desafios. "Num certo momento, decidi escrever uma história. Eu não tinha mais filhos pequenos para lhes contar histórias", dizia o escritor.


Em 2013, Eco foi agraciado com a medalha de ouro da cultura italiana na Argentina pela Società Itália Argentina (SAI). Dias depois, comentou a escolha feita pelo Vaticano do Papa Francisco, nascido na Argentina, para ocupar o cargo na Igreja Católica. O escritor definiu Francisco como "o papa da globalização" e opinou que o Papa Francisco representa algo "absolutamente novo" na história da Igreja Católica:


"Estou convencido que o Papa Francisco representa um facto absolutamente novo na história da Igreja e, talvez, na história do mundo", declarou na entrevista dada ao jornal argentino "La Nación".

O escritor foi defensor da saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro de Itália, na altura mergulhado num mar de escândalos sexuais, acusações de corrupção e crises financeiras no país. Berlusconi renunciou em novembro de 2011. "É o fim de um pesadelo", manifestou Eco naquele ano, numa entrevista destinada a promover seu romance, "O Cemitério de Praga".










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