SILÊNCIOS
Que há no
silêncio que te apavora?
Que há na
quietude das palavras
que assim te
impacienta
e agonia?
Que há no
mutismo que não te pacifica
e antes,
subversivo,
te lança
numa cruzada
letra após
letra, ditongos, hiatos,
vagas
figuras de estilo,
queixas,
clamores,
ironias
disfarçadas de humor,
preces,
insultos, sentenças e alvitres,
inquirições
avulsas sem resposta possível,
sequer
necessária, rodeios absurdos,
tolices
obscenas e outros desnortes?
Um dia
quererás a quietação, sabes,
e andará
perdida
dentro de
ti.
ANA ALMEIDA
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