"...A vocação? Agradeço a Deus ter-me dado este presente,
sem ele, nada sou.
A música é suficiente para toda uma vida, mas uma vida
não é suficiente para toda a música."
Sergei Rachmaninoff (Seminovo,1873. Beverly Hills,1943)
sem ele, nada sou.
A música é suficiente para toda uma vida, mas uma vida
não é suficiente para toda a música."
Sergei Rachmaninoff (Seminovo,1873. Beverly Hills,1943)
Sergei Vasilievitch Rachmaninoff, compositor, pianista e maestro russo, foi um dos grandes expoentes do Romantismo na Música Clássica Europeia. Rachmaninoff é considerado um compositor e pianista dos mais influentes do século XX e é, sem dúvida, o meu compositor de eleição. Pela sua técnica e mestria lendárias, pelo seu ritmo e o uso dos tons menores que tanta beleza conferem às suas composições magistralmente elaboradas...
As suas mãos eram largas e capazes de alcançar um intervalo de uma 13.ª (um palmo esticado de 30 centímetros), quando o normal varia entre a 8.ª e mais raramente uma 10.ª. Especula-se se Rachmaninoff seria ou não portador do Síndrome de Marfan, correspondendo o tamanho das suas mãos à sua elevada estatura, algo entre 1,91m e 1,98m. Tinha também o dom de, logo à primeira audição, executar composições extremamente complexas.
Filho de pai alcoólatra e mãe rica, aos 9 anos Rachmaninoff viu o pai abandonar a família, depois de delapidar o respetivo património. O talento musical do menino Sergei, descoberto por um primo também músico, não deu frutos imediatos. Foi reprovado em todas as matérias no Conservatório de Música de São Petersburgo e, por isso, enviado para Moscovo, onde ficou a morar e estudar com Nikolai Zvere, professor de grande austeridade.
"A técnica deve ser a primeira aquisição de um pianista", afirmou Rachmaninoff anos mais tarde. Graduou-se em piano e composição no Conservatório de Moscovo e, aos dezoito anos, já tinha escrito o Concerto n.º1 para Piano e Orquestra. Aos 19, recebeu a Medalha de Ouro pela sua ópera Aleko, baseada num poema de Alexander Pushkin. É também dessa época o conhecido Prelúdio em Dó Sustenido Menor, peça que o consagrou mundialmente. "Recebi 20 dólares pelo Prelúdio e nunca mais vi nem sequer um tostão", reclamou o compositor.
Rachmaninoff caiu numa depressão profunda depois do fracasso da sua Sinfonia N.º1. Tratou-se com o médico Nikolai Dahl, um hipnotizador que o bombardeou durante meses com frases do tipo "a sua música é bela", "você é um ótimo pianista", etc..Com a auto-estima recuperada, Sergei produziu a obra que viria a ser
um dos seus ícones, o Concerto N.º2 para Piano e Orquestra. Dedicada ao seu salvador, esta peça teve um sucesso estrondoso. "Pode parecer incrível, mas o tratamento com o Doutor Dahl foi fundamental para que na minha alma brotassem novas ideias".
Para a sua primeira tournée nos Estados Unidos, Rachmaninoff compôs o célebre Concerto N.º3 para Piano, um dos mais difíceis de toda a literatura pianística do século XX, e que orgulhosamente inseri em último lugar nesta mensagem. Teve que o estudar num teclado mudo, a bordo do navio que o conduziu à America. Considerado um concerto "só para alguns", ainda hoje constitui a "prova de fogo" de um pianista. O próprio Hofmann, a quem Rachmaninoff ofereceu o concerto, recusou a sua execução alegando "que não era para ele..."
A interpretação que escolhi é a interpretação de um génio, o magistral Vladimir Horowitz, que trabalhou esta peça durante 48 anos antes de a gravar. Teve a aprovação incondicional de Rachmaninoff, que nunca publicou este concerto antes de ouvir Horowitz tocá-lo. Curiosamente os dois compositores e amigos interpretaram-no algumas vezes em conjunto. São imagens de 1978 e registam a última vez que Horowitz tocou este concerto em público.
A estreia aconteceu em 28 de outubro de 1909, no New Theatre, em Nova Iorque. Recebido de braços abertos pelos americanos, Rachmaninoff repetiu a dose três meses depois, agora no Carnegie Hall e como solista da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, regida pelo compositor Gustav Mahler.
Com a Revolução de 1917, Rachmaninoff decidiu morar definitivamente com a família, nos Estados Unidos, impondo-se um auto- exílio que duraria até ao fim da sua vida. Falava inglês com dificuldade e por isso, foi reprovado no exame de condução. Com o dinheiro ganho nas lucrativas tournées, fundou uma editora de partituras musicais em Paris e construiu uma bela vila em Lucerna, na Suíça. Foi aí que, em 1934, concluiu uma das suas obras-primas, a Rapsódia Sobre um Tema De Paganini, inspirada num dos caprichos para violino solo do virtuose italiano e que a crítica considerou genial.
O Concerto N.º4, de 1941, é o menos popular de todos os concertos. Mal recebido na estreia, reavivou os antigos pesadelos do compositor. "Não faço esforço para ser original ou romântico", defendeu-se. Apesar da maioria das obras de Sergei Rachmaninoff terem sido produzidas no século XX, a sua linguagem musical não esconde o forte sotaque do idioma romântico do século XIX. Não é sem razão que a sua música tem sido utilizada como banda sonora de inúmeros filmes românticos, até aos dias de hoje... O compositor morreu sem saber que o governo soviético lhe tinha concedido um salvo-conduto para rever a sua velha e amada Rússia.
Rachmaninoff na sua intimidade |
Para a sua primeira tournée nos Estados Unidos, Rachmaninoff compôs o célebre Concerto N.º3 para Piano, um dos mais difíceis de toda a literatura pianística do século XX, e que orgulhosamente inseri em último lugar nesta mensagem. Teve que o estudar num teclado mudo, a bordo do navio que o conduziu à America. Considerado um concerto "só para alguns", ainda hoje constitui a "prova de fogo" de um pianista. O próprio Hofmann, a quem Rachmaninoff ofereceu o concerto, recusou a sua execução alegando "que não era para ele..."
Rachmaninoff na sua casa em Lucerna, na Suíça |
A interpretação que escolhi é a interpretação de um génio, o magistral Vladimir Horowitz, que trabalhou esta peça durante 48 anos antes de a gravar. Teve a aprovação incondicional de Rachmaninoff, que nunca publicou este concerto antes de ouvir Horowitz tocá-lo. Curiosamente os dois compositores e amigos interpretaram-no algumas vezes em conjunto. São imagens de 1978 e registam a última vez que Horowitz tocou este concerto em público.
A estreia aconteceu em 28 de outubro de 1909, no New Theatre, em Nova Iorque. Recebido de braços abertos pelos americanos, Rachmaninoff repetiu a dose três meses depois, agora no Carnegie Hall e como solista da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, regida pelo compositor Gustav Mahler.
Com a Revolução de 1917, Rachmaninoff decidiu morar definitivamente com a família, nos Estados Unidos, impondo-se um auto- exílio que duraria até ao fim da sua vida. Falava inglês com dificuldade e por isso, foi reprovado no exame de condução. Com o dinheiro ganho nas lucrativas tournées, fundou uma editora de partituras musicais em Paris e construiu uma bela vila em Lucerna, na Suíça. Foi aí que, em 1934, concluiu uma das suas obras-primas, a Rapsódia Sobre um Tema De Paganini, inspirada num dos caprichos para violino solo do virtuose italiano e que a crítica considerou genial.
Pedra memorial que assinala o local do nascimento de Rachmaninoff e o seu monumento em Moscovo |
O Concerto N.º4, de 1941, é o menos popular de todos os concertos. Mal recebido na estreia, reavivou os antigos pesadelos do compositor. "Não faço esforço para ser original ou romântico", defendeu-se. Apesar da maioria das obras de Sergei Rachmaninoff terem sido produzidas no século XX, a sua linguagem musical não esconde o forte sotaque do idioma romântico do século XIX. Não é sem razão que a sua música tem sido utilizada como banda sonora de inúmeros filmes românticos, até aos dias de hoje... O compositor morreu sem saber que o governo soviético lhe tinha concedido um salvo-conduto para rever a sua velha e amada Rússia.
"A obra de um compositor deve representar o seu país natal e a sua vida. Por ter feito tantas coisas, tenho receio de não ter usado a minha existência corretamente..."
Prelude N.º2 in B-flat Opus 23
Prelude in g minor Opus 23
Sonata N.º2 Opus 36
Rachmaninoff - Rhapsody on a theme by Paganini
(Master of Rach 3)Concerto N.º3, Opus30
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