Dentro de um ano, em 2013, vão abrir-se as portas do novo Museu do Dinheiro do Banco de Portugal, em plena Baixa Pombalina de Lisboa. Localizado no espaço da antiga e recuperada Igreja de São Julião, «o museu terá entrada livre e pretende ser um centro de literacia financeira, contando a história do dinheiro e a sua relação com a sociedade e com as pessoas, mas também um espaço aberto à cidade e com forte programação educativa e cultural e educativa, em parceria com outras entidades artísticas, nomeadamente para receber exposições temporárias de outras temáticas, concertos e peças de teatro», revelou o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, na cerimónia sobre a obra de Reabilitação e Restauro do edifício da sede.
O Museu do Dinheiro - que faz parte do quarteirão financeiro onde setá a sede do Banco de Portugal - ocupa uma área total próxima dos dois mil metros quadrados. O BdP promete que este espaço vai ser «um lugar interativo, e não contemplativo, com uma forte componente virtual e uma museografia não convencional, assente numa tecnologia inovadora, na criação de ambientes surpreendentes e na participação do visitante na construção do conhecimento».
1- Janela sobre a Rua Nova do Almada, agora recuperada, 2- Vista do coro alto para a nave central, 3-Sala de exposição |
O horário de funcionamento do novo museu - que vai ter uma cafetaria aberta ao público - ainda está em estudo, mas tudo indica que deverá estar em linha com os restantes museus da Baixa lisboeta, com quem estão agora a ser desenvolvidos contactos para o estabelecimento de parcerias. A média anual de visitantes estima-se que deverá estar entre os 50 mil e 100 mil, de acordo com as estimativas preliminares do banco central.
O processo de reabilitação e restauro da sede do Banco de Portugal durou perto de cinco anos e implicou um investimento na ordem dos 33,9 milhões de euros (mais IVA), tendo o projeto sido da responsabilidade da dupla de Gonçalo Byrne e Falcão de Campos. No total, foram contratadas pelo supervisor do sector financeiro mais de 130 empresas, quase todas nacionais, e envolvidas mais de duas mil pessoas nos trabalhos.
«Ao longo dos cerca de 150 anos de vida do Banco de Portugal no edifício-quarteirão foram realizadas sucessivas intervenções que alteraram profundamente a filosofia estrutural dos edifícios», argumentou Carlos Costa, apontando o exemplo da Igreja de São Julião «cuja morfologia foi sendo danificada». Antes destas obras, o espaço desta Igreja que agora vai ser o Museu do Dinheiro servia, nomeadamente como garagem, arquivo e casas-fortes.
1-Perspectiva da caixa-forte, onde outrora se guardou o ouro do País, 2-Aproveitamento que permite novas janelas, 3-Muralha de D,Dinis |
Outra das "pérolas" deste núcleo museológico é o troço da Muralha de D. Dinis, património nacional, que será possível apreciar durante a visita ao Museu. «No decurso dos trabalhos foi identificado um troço, do qual se conseguiram manter cerca de trinta metros», esclareceu o arqueólogo Artur Rocha, integrante da equipa de especialistas a trabalhar na exploração da obra, e acrescentou que «foram feitos outros mais de cem mil achados com interesse histórico dos níveis moderno, medieval e romano. Bem como uma necrópole do século XIX, com 300 exumações».
«A instalação do Museu do Banco de Portugal, desencadeada no ano de 2007, insere-se no projeto da Câmara Municipal de Lisboa de revitalização da Baixa Chiado e é uma peça fundamental na nossa estratégia para dinamizar o coração da cidade», rematou o presidente da autarquia da capital, António Costa, na mesma cerimónia.
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