Angela Merkel esteve em Portugal, esta segunda feira, para dizer que quer ajudar o país a ultrapassar a crise da dívida. Mas teve oportunidade de ouvir o que muitos portugueses pensam da política de austeridade que defende contra tudo e contra todos, durante a manhã, à chegada à Presidência da República.
Depois, almoçou com Pedro Passos Coelho e ouviu o primeiro-ministro agradecer, assim, a ajuda externa.
«Foi a falta de competitividade da nossa economia que nos trouxe à situação de quase insustentabilidade da dívida pública e de grandes défices externos...Os nossos parceiros europeus, como o Fundo Monetário Internacional, têm estado a ajudar-nos a recuperar dessa situação estrutural».
É a primeira vez que Merkel visita Portugal para, curiosamente, encontrar Cavaco Silva e Passos Coelho, os homens a quem, em 2010 criticou fortemente por terem rejeitado o PEC IV - Plano de Estabilidade e Crescimento, que levou à queda do anterior governo.
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Lisboa não se vestiu de negro como o movimento "Que se lixe a troika!" pediu, mas a verdade é que a visita de Angela Merkel não deixou indiferente as centenas de manifestantes que saíram à rua para protestar contra a passagem da chanceler alemã por Portugal.
Além dos subscritores do movimento, os protestos contaram com a participação de partidos políticos e outros grupos de activistas, como os estivadores, a Associação à Precaridade, o Bloco de Esquerda e o PCP/MRPP.
Em entrevista à RTP, Angela Merkel afirmou estar consciente da onda de protestos que rodeava a sua deslocação de seis horas a Lisboa, mas não se sente minimamente responsável pelo programa draconiano que o país está a seguir em troca do empréstimo da troika.
A visita foi sempre rodeada de fortes medidas de segurança.
Em seis horas, tempo da duração da sua primeira visita oficial a Portugal, a chanceler alemã encontrou-se com Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas e reuniu-se ainda com empresários.
Num gesto de inequívoca simpatia, Angela Merkel prometeu regressar a Portugal, para férias, logo que abandonar a liderança da Alemanha e consequentemente da Europa...
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