A tatuagem (tatoo, em inglês), ou dermopigmentação ("dermo = pele / "pigmentação", ato de pigmentar ou colorir) é uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e objeto de culto em todo o mundo. Trata-se de um desenho permanente feito na pele humana que, tecnicamente, é uma aplicação subcutânea obtida através da introdução de pigmentos ou por agulhas, um procedimento que durante muitos séculos foi completamente irreversível (embora dependendo do caso, mesmo as técnicas de remoção mais atuais poderão deixar cicatrizes e variações de cor sobre a pele).
A motivação para essa arte é ser uma obra de arte viva, e temporal tanto quanto a vida. Assim, ao optar por fazer uma tatuagem, impõe-se uma consciencialização desta opção, tanto da parte do tatuador(a), como do(a) tatuado(a).
Existem muitas provas arqueológicas que confirmam o facto de tatuagens terem sido feitas no Egito, entre 4000 e 2000 a.C. e também na Polinésia, Filipinas, Indonésia e Nova Zelândia (maori), sobretudo em rituais ligados à religião.
O termo tatuagem, tatouage em francês e tatoo em inglês, tem a sua origem nas línguas polinésias (taitiano) na palavra tatau e supõe-se que todos os povos circunvizinhos ao Oceano Pacífico possuíam a tradição da tatuagem além de outras tradições dos Mares do Sul.
O pai da palavra tatoo que conhecemos atualmente foi o capitão James Cook (também o descobridor do surf), que escreveu no seu diário a palavra tattow, também conhecida como "tatau"(era o som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para introduzir a tinta na pele). Com a circulação dos marinheiros ingleses a tatuagem e a palavra Tatoo entraram em contacto com outras civilizações, novamente, pelo mundo. Porém o Governo de Inglaterra adotou a tatuagem como uma forma de identificação de criminosos em 1879. Desde então a tatuagem ganhou uma conotação fora-da-lei no Ocidente.
Em 1891, Samuel O'Reilly desenvolveu um aparelho elétrico para fazer tatuagens, baseado noutro aparelho parecido que havia sido criado e patenteado pelo próprio Thomas Edison. Durante a Segunda Guerra Mundial, a tatuagem foi muito utilizada por soldados e marinheiros, que gravavam o nome das respetivas namoradas nos próprios corpos.
Historicamente, o declínio da tatuagem tribal na Europa ocorreu com a expansão do Cristianismo. No entanto, alguns grupos cristãos como os Cavaleiros de São João da Malta ainda tinham o costume de fazer tatuagens nos seus membros. O declínio ocorreu em outras culturas durante a tentativa europeia de se converter povos aborígenes ao cristianismo, alegando que as práticas de se fazer tatuagens eram práticas pagãs. Em algumas culturas indígenas a tatuagem era realizada no contexto da passagem da infância para a fase adulta.
A maioria dos cristãos não vê problemas com a prática, enquanto uma minoria usa a visão dos Hebreus contra a tatuagem baseado no livro Levítico da Bíblia. Não há proibição por parte da Igreja Católica contra as tatuagens, não sendo considerada sacrilégio, blasfémia ou obscena.
Outras religiões também se manifestaram quanto à prática da tatuagem: os Mórmons aconselham os seus membros a não se tatuarem, porque acreditam que o corpo é um templo sagrado, segundo o Novo Testamento. Quanto ao Islamismo, os Sunitas proíbem as tatuagens, mas estas são permitidas pelo Xiismo. O Judaísmo também proíbe a prática de tatuar, com base no Livro do Torah: para os judeus, a tatuagem é uma prática que faz parte da proibição geral de modificações do corpo que não sejam feitas por razões médicas.
Nos tempos modernos e durante a Segunda Guerra Mundial, a tatuagem surge associada ao Holocausto, devido ao facto dos prisioneiros serem tatuados para identificação. Isto fez com que a tatuagem fosse encarada com um maior nível de repulsa dentro da religião. É comum a prática de qualquer pessoa com tatuagens não poder ser enterrada em cemitérios judeus.
No Hinduísmo, o fazer uma tatuagem na testa é encorajado, pois acredita-se que isso aumente o bem-estar espiritual. E outras tatuagens são utilizadas no rosto pelas mulheres hindus, para espantar o mal e aumentar a beleza. Também são usadas tatuagens para diferenciar os diversos grupos étnicos.
Na Idade Média, a Igreja Católica baniu a tatuagem da Europa (em 787, ela foi proibida pelo Papa), sendo considerada como uma prática demoníaca, considerando-a vulgarmente como uma prática de vandalismo no próprio corpo. Ao afirmar na sua doutrina, a tatuagem como maneira de vilipendiar o corpo, templo do Espírito Santo, a Igreja apontou aos fiéis a forma verdadeiramente correta de louvor a Deus.
O termo tatuagem, tatouage em francês e tatoo em inglês, tem a sua origem nas línguas polinésias (taitiano) na palavra tatau e supõe-se que todos os povos circunvizinhos ao Oceano Pacífico possuíam a tradição da tatuagem além de outras tradições dos Mares do Sul.
Primeira tatuagem conhecida (maori), Tatuagem Religiosa, Tatuagem Tribal |
O pai da palavra tatoo que conhecemos atualmente foi o capitão James Cook (também o descobridor do surf), que escreveu no seu diário a palavra tattow, também conhecida como "tatau"(era o som feito durante a execução da tatuagem, em que se utilizavam ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para introduzir a tinta na pele). Com a circulação dos marinheiros ingleses a tatuagem e a palavra Tatoo entraram em contacto com outras civilizações, novamente, pelo mundo. Porém o Governo de Inglaterra adotou a tatuagem como uma forma de identificação de criminosos em 1879. Desde então a tatuagem ganhou uma conotação fora-da-lei no Ocidente.
Em 1891, Samuel O'Reilly desenvolveu um aparelho elétrico para fazer tatuagens, baseado noutro aparelho parecido que havia sido criado e patenteado pelo próprio Thomas Edison. Durante a Segunda Guerra Mundial, a tatuagem foi muito utilizada por soldados e marinheiros, que gravavam o nome das respetivas namoradas nos próprios corpos.
Historicamente, o declínio da tatuagem tribal na Europa ocorreu com a expansão do Cristianismo. No entanto, alguns grupos cristãos como os Cavaleiros de São João da Malta ainda tinham o costume de fazer tatuagens nos seus membros. O declínio ocorreu em outras culturas durante a tentativa europeia de se converter povos aborígenes ao cristianismo, alegando que as práticas de se fazer tatuagens eram práticas pagãs. Em algumas culturas indígenas a tatuagem era realizada no contexto da passagem da infância para a fase adulta.
Rosto maori tatuado, Tatuagens cristãs nas mãos, Tatuagem hindu das costas |
A maioria dos cristãos não vê problemas com a prática, enquanto uma minoria usa a visão dos Hebreus contra a tatuagem baseado no livro Levítico da Bíblia. Não há proibição por parte da Igreja Católica contra as tatuagens, não sendo considerada sacrilégio, blasfémia ou obscena.
Outras religiões também se manifestaram quanto à prática da tatuagem: os Mórmons aconselham os seus membros a não se tatuarem, porque acreditam que o corpo é um templo sagrado, segundo o Novo Testamento. Quanto ao Islamismo, os Sunitas proíbem as tatuagens, mas estas são permitidas pelo Xiismo. O Judaísmo também proíbe a prática de tatuar, com base no Livro do Torah: para os judeus, a tatuagem é uma prática que faz parte da proibição geral de modificações do corpo que não sejam feitas por razões médicas.
Nos tempos modernos e durante a Segunda Guerra Mundial, a tatuagem surge associada ao Holocausto, devido ao facto dos prisioneiros serem tatuados para identificação. Isto fez com que a tatuagem fosse encarada com um maior nível de repulsa dentro da religião. É comum a prática de qualquer pessoa com tatuagens não poder ser enterrada em cemitérios judeus.
No Hinduísmo, o fazer uma tatuagem na testa é encorajado, pois acredita-se que isso aumente o bem-estar espiritual. E outras tatuagens são utilizadas no rosto pelas mulheres hindus, para espantar o mal e aumentar a beleza. Também são usadas tatuagens para diferenciar os diversos grupos étnicos.
Hoje em dia, graças à circulação de informação pela televisão e meios de comunicação como a internet, a tatuagem vem atingindo todas as camadas das populações, de todos os continentes.
Os temas são infinitos e variam tanto quanto as personalidades - dos tatuadores e dos tatuados. As motivações são inúmeras e não há uma forma definitiva ou percurso que explique o desejo de fazer uma tatuagem. O contexto, o ambiente, a época, o nível cultural, as influências, a moda, ideologias, crença e espírito livre são alguns dos condicionamentos que podem originar o processo. Considera-se um movimento complexo sobredeterminado, desde a sua origem histórica até o uso nos tempos contemporâneos.
Assim os concursos de tatuagens, como forma de arte e de uma cultura muito subjetiva, proliferam num número crescente de países. E o nosso não é excepção.
Portugal acolheu no início deste mês de novembro, mais precisamente nos dias 3, 4 e 5, o Tattoo Rock Festival, na sua 8.ª edição. É um evento único no nosso país e um dos maiores do género na Europa, onde se concentram várias atividades relacionadas com o universo das tatuagens e do Rock´n´Roll.
Os Concursos de Tatuagens são uma das fortes componentes do Tattoo Rock Festival, que tem vindo a premiar e revelar grandes talentos nacionais. Este evento reúne cerca de uma centena de Tatuadores Nacionais e Internacionais, entre os quais se encontram alguns dos melhores e mais conceituados profissionais desta área e também muitas caras conhecidas do público.
O Festival aconteceu na LX Factory e Fernando Barros, da organização, enumerou à comunicação social algumas novidades desta 8.ª edição do Festival: demonstração da equipa de patinagem «especial» e sessões de DJ por Paulo Furtado (Legendary Tiger Man) e João Ribas (Tara Perdida). A presença crescente de tatuadores estrangeiros é, para Fernando Barros, sinal de que a convenção lisboeta «está cada vez mais consolidada a nível europeu».
Mas, como se costuma dizer, a tradição ainda é o que era e o mais importante neste LX Factory foi a beleza das tatuagens, das "pin-ups" e do próprio público, segundo o organizador do evento, que define a arte de desenhar na pele como uma «extensão do que a pessoa é».
Mulher marroquina a tatuar em Marrocos, Tatuagem usada nos campos de concentração, Lisbon Rock Tattoo Festival na LX Factory |
Os temas são infinitos e variam tanto quanto as personalidades - dos tatuadores e dos tatuados. As motivações são inúmeras e não há uma forma definitiva ou percurso que explique o desejo de fazer uma tatuagem. O contexto, o ambiente, a época, o nível cultural, as influências, a moda, ideologias, crença e espírito livre são alguns dos condicionamentos que podem originar o processo. Considera-se um movimento complexo sobredeterminado, desde a sua origem histórica até o uso nos tempos contemporâneos.
Portugal acolheu no início deste mês de novembro, mais precisamente nos dias 3, 4 e 5, o Tattoo Rock Festival, na sua 8.ª edição. É um evento único no nosso país e um dos maiores do género na Europa, onde se concentram várias atividades relacionadas com o universo das tatuagens e do Rock´n´Roll.
Os Concursos de Tatuagens são uma das fortes componentes do Tattoo Rock Festival, que tem vindo a premiar e revelar grandes talentos nacionais. Este evento reúne cerca de uma centena de Tatuadores Nacionais e Internacionais, entre os quais se encontram alguns dos melhores e mais conceituados profissionais desta área e também muitas caras conhecidas do público.
O Festival aconteceu na LX Factory e Fernando Barros, da organização, enumerou à comunicação social algumas novidades desta 8.ª edição do Festival: demonstração da equipa de patinagem «especial» e sessões de DJ por Paulo Furtado (Legendary Tiger Man) e João Ribas (Tara Perdida). A presença crescente de tatuadores estrangeiros é, para Fernando Barros, sinal de que a convenção lisboeta «está cada vez mais consolidada a nível europeu».
Tatuagens completas das costas |
Mas, como se costuma dizer, a tradição ainda é o que era e o mais importante neste LX Factory foi a beleza das tatuagens, das "pin-ups" e do próprio público, segundo o organizador do evento, que define a arte de desenhar na pele como uma «extensão do que a pessoa é».
Um pouco deste universo fascinante da tatuagem, pelo qual tantos se apaixonam...
1 comentário:
É uma verdadeira arte, fico admirada com tanta perfeição,acho bem bonitas. Se eu tivesse coragem...Mas eu não tenho muita tolerância à dor. Beijo!
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