Narração da Paixão Segundo São Mateus:
Agonia no Horto:
"...Então Jesus chegou com eles a um lugar chamado Getsemani e disse aos seus discípulos: «Ficai aqui enquanto Eu vou além orar». E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então: «A minha Alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai Comigo». E, adiantando-se um pouco mais caíu com a face por terra, orando e dizendo. «Meu Pai, se é possível passe de Mim este cálice. todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres». Voltando para junto dos discípulos, encontrou-os a dormir, e disse a Pedro. «Nem sequer pudeste vigiar uma hora comigo! Vigiai e orai para não cairdes em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca». De novo, pela segunda vez foi orar, dizendo: «Meu Pai se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a Tua vontade!». Voltou depis e novamente os encontrou a dormir, pois os seus olhos estavam pesados. Deixou-os e foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. reunindo-Se finalmente aos discípulos, disse-lhes «Dormi agora e descansai! Já se aproxima a hora e o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos: já se aproxima aquele que vai entregar».
Prisão de Jesus:
Ainda Ele falava, quando apareceu Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O traidor tinha-lhes dado este sinal : «Aquele que eu beijar é Esse mesmo. Prendei-O». Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse: «Salve, Rabbi!» e beijou-O. Jesus respondeu-lhe. «Amigo. a que vieste?» Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-nO. Um dos doze que estavam com Jesus, levou a mão à espada, desembaínhou-a, feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha.
Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada na baínha, pois todos quantos se servirem da espada, à espada morrerão. Julgas que não posso rogar a Meu Pai que, imediatamente Me enviaria mais de doze legiões de Anjos? Como se cumpririam então as Escrituras que dizem que tudo deve acontecer assim?» Voltando-Se depois para a multidão, disse: «Viestes prender-Me com espadas e varapaus como se fosse um ladrão! Eu estava todos os dias sentado no templo, a ensinar, e não Me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas». Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram.
Jesus perante o tribunal judaico:
Os que tinham prendido Jesus conduziram-nO a casa do sumo sacerdote Caifás onde os escribas e os anciãos do povo se tinham reunido. Pedro segui-O de longe até ao palácio do sumo sacerdote. Aproximando-se, entrou e sentou-se entre os criados para ver o desfecho de tudo aquilo. Os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um depoimento falso contra Jesus, a afim de o condenarem à morte, mas não o encontraram, embora se tivessem apresentado muitas falsas testemunhas.
Jesus na presença do sumo sacerdote- por Alessandro Mantovsni |
Apresentaram-se, por fim, duas que declaram: «Este homem disse: Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias». Ergueu-se então o sumo sacerdote e disse-Lhe: «Não respondes nada? Que dizes aos que depõem contra Ti?» Mas Jesus continuava calado. O sumo sacerdote disse-Lhe: «Intimo-Te pelo Deus vivo que nos digas se és o Cristo, o Filho de Deus». Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste. E Eu digo-vos: Vereis um dia o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu». Então o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? A cabais de ouvir a blasfemia. que vos parece?» Eles responderam: «É réu de morte». Cuspiram-Lhe depois no rosto e deram-Lhe socos. Outros esbofetearam-nO, dizendo: «Adivinha, ó Cristo, quem foi que Te bateu?»
As três negações de Pedro:
Entretanto Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe: «Também tu estavas com Jesus. o Galileu». Mas ele negou diante de todos, dizendo «Não sei o que dizes». dirigindo-se para a porta, foi visto por outra criada que disse aos que ali estavam: «Este também estava com Jesus, o Nazareno». E de novo negou com juramento: «Não conheço esse homem».
Um momento depois. aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: «Com certeza tu és um dos Seus, pois a tua maneira de falar denuncia-te». Começou então a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem». No mesmo instante, o galo cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: «Antes do galo cantar, Me negarás três vezes». E saindo para fora, chorou amargamente.
Chegada a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo reuniram-se em concelho contra Jesus, para O matarem. E, manietando-O, levaram-nO ao governador Pilatos.
Remorso de Judas:
Então Judas, que O entregara, vendo que Ele tinha sido condenado, foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Eles replicaram: «Que nos importa? Isso é lá contigo». Atirando as moedas para o santuário, eler saiu e foi-se enforcar. Os princípes dos sacerdotes, apanhando as moedas, disseram: «Não é lícito lançá-las no tesouro, pois são preço de sangue».
Depois de terem deliberado, compraram com elas o «campo do oleiro» para servir de cemitério aos estrangeiros. Por tal razão, aquele campo é chamado até ao dia de hoje - Campo de Sangue.Cumpriu-se assim o que fora dito pelo profeta Jeremias: «Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado Aquele que os filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, como o Senhor me havia ordenado».
Jesus perante o tribunal romano:
Jesus foi conduzido à presença do governador, que Lhe perguntou: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes». Mas , ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdote e anciãos, nada respondeu. Disse-Lhe então Pilatos: «Não ouves tudo o que dizem contra Ti?». Mas Ele não respondeu coisa alguma, de modo que o governador estava muito admirado. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador conceder a liberdade a um prisioneiro à escolha do povo. Nessa altura , havia um preso afamado, chamado Barrabás. Pilatos disse ao povo, que se encontrava reunido: «Qual quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?». Ele sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: «Não te imiscuas no caso desse justo, porque muito sofri hoje em sonhos, por causa d'Ele».
Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e provocasse a perda de Jesus. Tomando a palavra, o governador inquiriu: «Qual dos dois quereis que vos solte?» Eles responderam: «Barrabás!» Pilatos disse-lhes: «Que hei-de fazer então de Jesus, chamado Cristo?» Responderam todos: «Seja crucificado!» Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele ?» Mas eles gritavam cada vez com mais força: «Seja crucificado!» Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos em presença da multidão, dizendo: «Estou inocente do sangue deste justo; Isso é convosco». E todo o povo respondeu: «Que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!» Soltou-lhes então Barrabás; quanto a Jesus, depois de O mandar açoitar, entregou-Lho para ser crucificado.
Coroação de espinhos:
Então os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e reuniram toda a corte junto d'Ele.
Despiram-nO, envolveram-nO com uma clâmide escarlate e, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, bem como uma cana na mão direita. Dobrando o joelho diante d'Ele, escarneciam-nO, dizendo: «Salvé, rei dos judeus!». E, cuspindo-Lhe no rosto, tomavam a cana e batiam-Lhe na cabeça. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe a clâmide, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n'O para ser crucficado.
Crucificação de Jesus:
À saída encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus. Quando chegaram a um lugar chamado Gólgata, isto é, «lugar da caveira», deram-Lhe a beber vinho misturado com fel; mas, provando-o, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as Suas vestes, tirando-as à sorte e ficaram ali sentados, a guardá-l'O. Por cima da sua cabeça puseram um escrito indicando a causa da Sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus». Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam injuriavam-n'O, meneando a cabeça e dizendo: «Tu que destruias o templo e em três dias o reedificavas, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes com os escribas e os anciãos também motejavam d'Ele, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo. Se é o rei de Israel, desça da cruz, e acreditaremos n'Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, pois disse: «Eu sou o Filho de Deus!. Até os salteadores, que com Ele estavam crucificados, O insultavam.
Morte e ressurreição de Jesus:
Desde a hora sexta, até à hora nona, as trevas envolveram toda a terra. E, cerca da hora nona, Jesus clamou em voz alta: «Elli, Elli, lema sabacthani?» Isto é: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?» Alguns dos que ali se encontravam, disseram ao ouvi-Lo: «Está a chamar por Elias». Um deles correu imediatamente, tomou uma esponja , embebeu-a em vinagre e, fixando-a na ponta de uma cana, dava-Lhe de beber. Mas os outros disseram: «Deixa, vejamos se Elias vem salvá-Lo!» E, clamando outra vez em alta voz, expirou.
Então o véu do templo rasgou-se em dois de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se; abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos que estavam mortos ressuscitaram, e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram apavorados e disseram: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus!» Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galileia e O serviram. Entre elas estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-O num lençol limpo, e depositou-O num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha. Depois rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Maria de Magdala e outra Maria estavam ali sentadas, em frente do sepulcro.
O sepulcro guardado:
No dia seguinte, isto é, no dia seguinte ao da Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, foram ter com Pilatos e disseram-lhe: «Senhor, lembrámo-nos de que aquele impostor disse, ainda em vida: «Ressuscitarei depois de três dias».
Ordena, pois, que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, não venham os discípulos roubá-Lo e dizer ao povo: Ressuscitou dos mortos. E seria a última impostura pior do que a primeira». Pilatos respondeu-lhes: «Tendes à vossa disposição a guarda: ide e guardai-O como entenderdes». E eles foram por o sepulcro a seguro, selando a pedra e postando a guarda.
A boa nova da Ressurreição - o túmulo vazio:
Passado o sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, Maria de Mgdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto, pois o Anjo do Senhor, descendo do céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Nada receeis, sei que buscais a Jesus crucificado. Não está aqui, pois ressuscitou, como havia dito. Vinde ver o lugar onde jazia, e ide deprressa dizer aos Seus discípulos: «Ele ressuscitou dos mortos e vai preceder-vos a caminho da Galileia; lá O vereis. Eis o que tinha para vos dizer».
Aparição às Santas Mulheres:
Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Deus vos salva». Elas aproximaram-se, espreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante d'Ele. Jesus disse-lhes: «Nada receeis: ide dizer a Meus Irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão».
Reacção dos inimigos de Jesus:
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que havia sucedido. Estes reuniram-se com os anciãos, e depois de terem deliberado deram muito dinheiro aos soldados, com esta recomendação: «Dizei isto: Os Seus discípulos vieram de noite e roubaram-n'O enquanto dormíamos. E, se o caso chegar ao governador nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos». Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira, divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.
Aparição na Galileia - Missão universal:
Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
Quando O viram, adoraram-n'O; alguns, no entanto, duvidaram ainda.
Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra: ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai. do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.
E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo».
Apenas duas palavras acerca desta Narração da Paixão Segundo são Mateus, Evangelho que escolhi para esta mensagem pascal. Todo o Evangelho de São Mateus transmite um empenho especial em demonstrar que é em Jesus de Nazaré que se cumpriram as Profecias.
É o Evangelho da Esperança e da Fé. Saibamos em momentos bons e menos bons da nossa vida, acreditar e partilhar estes dois fabulosos Dons.
FELIZ E SANTA PÁSCOA PARA TODOS!!!
As três negações de Pedro:
Entretanto Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe: «Também tu estavas com Jesus. o Galileu». Mas ele negou diante de todos, dizendo «Não sei o que dizes». dirigindo-se para a porta, foi visto por outra criada que disse aos que ali estavam: «Este também estava com Jesus, o Nazareno». E de novo negou com juramento: «Não conheço esse homem».
Negação de Pedro- por Carl Bloch |
Um momento depois. aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: «Com certeza tu és um dos Seus, pois a tua maneira de falar denuncia-te». Começou então a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem». No mesmo instante, o galo cantou. E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: «Antes do galo cantar, Me negarás três vezes». E saindo para fora, chorou amargamente.
Chegada a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e anciãos do povo reuniram-se em concelho contra Jesus, para O matarem. E, manietando-O, levaram-nO ao governador Pilatos.
Remorso de Judas:
Então Judas, que O entregara, vendo que Ele tinha sido condenado, foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Eles replicaram: «Que nos importa? Isso é lá contigo». Atirando as moedas para o santuário, eler saiu e foi-se enforcar. Os princípes dos sacerdotes, apanhando as moedas, disseram: «Não é lícito lançá-las no tesouro, pois são preço de sangue».
Judas devolve a moeda- Alessandro Mantovani |
Depois de terem deliberado, compraram com elas o «campo do oleiro» para servir de cemitério aos estrangeiros. Por tal razão, aquele campo é chamado até ao dia de hoje - Campo de Sangue.Cumpriu-se assim o que fora dito pelo profeta Jeremias: «Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado Aquele que os filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, como o Senhor me havia ordenado».
Jesus perante o tribunal romano:
Jesus foi conduzido à presença do governador, que Lhe perguntou: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes». Mas , ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdote e anciãos, nada respondeu. Disse-Lhe então Pilatos: «Não ouves tudo o que dizem contra Ti?». Mas Ele não respondeu coisa alguma, de modo que o governador estava muito admirado. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador conceder a liberdade a um prisioneiro à escolha do povo. Nessa altura , havia um preso afamado, chamado Barrabás. Pilatos disse ao povo, que se encontrava reunido: «Qual quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?». Ele sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: «Não te imiscuas no caso desse justo, porque muito sofri hoje em sonhos, por causa d'Ele».
Eis o Homen (Ecce Homo)- por Antonio Ciseri |
Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e provocasse a perda de Jesus. Tomando a palavra, o governador inquiriu: «Qual dos dois quereis que vos solte?» Eles responderam: «Barrabás!» Pilatos disse-lhes: «Que hei-de fazer então de Jesus, chamado Cristo?» Responderam todos: «Seja crucificado!» Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele ?» Mas eles gritavam cada vez com mais força: «Seja crucificado!» Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos em presença da multidão, dizendo: «Estou inocente do sangue deste justo; Isso é convosco». E todo o povo respondeu: «Que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!» Soltou-lhes então Barrabás; quanto a Jesus, depois de O mandar açoitar, entregou-Lho para ser crucificado.
Coroação de espinhos:
Então os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e reuniram toda a corte junto d'Ele.
A caminho do calvário- por Adam Elsheimer |
Crucificação de Jesus:
À saída encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus. Quando chegaram a um lugar chamado Gólgata, isto é, «lugar da caveira», deram-Lhe a beber vinho misturado com fel; mas, provando-o, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as Suas vestes, tirando-as à sorte e ficaram ali sentados, a guardá-l'O. Por cima da sua cabeça puseram um escrito indicando a causa da Sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus». Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
Os soldados lançam sortes- por Raymundo Steen |
Os que passavam injuriavam-n'O, meneando a cabeça e dizendo: «Tu que destruias o templo e em três dias o reedificavas, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes com os escribas e os anciãos também motejavam d'Ele, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo. Se é o rei de Israel, desça da cruz, e acreditaremos n'Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, pois disse: «Eu sou o Filho de Deus!. Até os salteadores, que com Ele estavam crucificados, O insultavam.
Morte e ressurreição de Jesus:
Desde a hora sexta, até à hora nona, as trevas envolveram toda a terra. E, cerca da hora nona, Jesus clamou em voz alta: «Elli, Elli, lema sabacthani?» Isto é: «Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?» Alguns dos que ali se encontravam, disseram ao ouvi-Lo: «Está a chamar por Elias». Um deles correu imediatamente, tomou uma esponja , embebeu-a em vinagre e, fixando-a na ponta de uma cana, dava-Lhe de beber. Mas os outros disseram: «Deixa, vejamos se Elias vem salvá-Lo!» E, clamando outra vez em alta voz, expirou.
A Crucificação- por Giovanni Baptista Tiepolo |
Então o véu do templo rasgou-se em dois de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se; abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos que estavam mortos ressuscitaram, e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram apavorados e disseram: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus!» Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galileia e O serviram. Entre elas estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-O num lençol limpo, e depositou-O num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha. Depois rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Maria de Magdala e outra Maria estavam ali sentadas, em frente do sepulcro.
O sepulcro guardado:
No dia seguinte, isto é, no dia seguinte ao da Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, foram ter com Pilatos e disseram-lhe: «Senhor, lembrámo-nos de que aquele impostor disse, ainda em vida: «Ressuscitarei depois de três dias».
Jesus sepultado- por Carl Bloch |
Ordena, pois, que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, não venham os discípulos roubá-Lo e dizer ao povo: Ressuscitou dos mortos. E seria a última impostura pior do que a primeira». Pilatos respondeu-lhes: «Tendes à vossa disposição a guarda: ide e guardai-O como entenderdes». E eles foram por o sepulcro a seguro, selando a pedra e postando a guarda.
A boa nova da Ressurreição - o túmulo vazio:
Passado o sábado, ao alvorecer do primeiro dia da semana, Maria de Mgdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto, pois o Anjo do Senhor, descendo do céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Nada receeis, sei que buscais a Jesus crucificado. Não está aqui, pois ressuscitou, como havia dito. Vinde ver o lugar onde jazia, e ide deprressa dizer aos Seus discípulos: «Ele ressuscitou dos mortos e vai preceder-vos a caminho da Galileia; lá O vereis. Eis o que tinha para vos dizer».
Aparição às Santas Mulheres:
Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Deus vos salva». Elas aproximaram-se, espreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante d'Ele. Jesus disse-lhes: «Nada receeis: ide dizer a Meus Irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão».
A Ressureição- por Carl Bloch |
Reacção dos inimigos de Jesus:
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que havia sucedido. Estes reuniram-se com os anciãos, e depois de terem deliberado deram muito dinheiro aos soldados, com esta recomendação: «Dizei isto: Os Seus discípulos vieram de noite e roubaram-n'O enquanto dormíamos. E, se o caso chegar ao governador nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos». Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira, divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.
Aparição na Galileia - Missão universal:
Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
Jesus aparece aos seus discípulos- por Carl Bloch |
Quando O viram, adoraram-n'O; alguns, no entanto, duvidaram ainda.
Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra: ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai. do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado.
E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo».
Apenas duas palavras acerca desta Narração da Paixão Segundo são Mateus, Evangelho que escolhi para esta mensagem pascal. Todo o Evangelho de São Mateus transmite um empenho especial em demonstrar que é em Jesus de Nazaré que se cumpriram as Profecias.
É o Evangelho da Esperança e da Fé. Saibamos em momentos bons e menos bons da nossa vida, acreditar e partilhar estes dois fabulosos Dons.
FELIZ E SANTA PÁSCOA PARA TODOS!!!
2 comentários:
Belíssimo post !
Uma Santa Páscoa !
Obrigada, Teresa, mais uma vez retribuo os votos de uma Páscoa muito
Feliz.
Bjs.
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