"Dançar é sentir,
sentir é sofrer,
sofrer é amar...
Tu amas, sofres e sentes.
Dança!"
sentir é sofrer,
sofrer é amar...
Tu amas, sofres e sentes.
Dança!"
Isadora Duncan
O Dia Mundial da Dança celebrou-se no passado dia 29 de abril, celebração que se repete todos os anos neste dia. A data foi
criada em 1982 pelo Comité Internacional da Dança (CID) da UNESCO, que escolheu
o dia 29 de abril como o Dia Internacional da Dança. A comemoração tem por base
o dia de nascimento de Jean-Georges Noverre, que nasceu em 1727 e foi um dos
grandes nomes mundiais da dança.
A celebração do Dia Mundial da Dança tem como
objetivo celebrar esta arte e mostrar a sua universalidade, independentemente
das barreiras políticas, culturais e éticas.
Dançarinas do Charleston |
No dia de hoje:
MENSAGEM DO DIA MUNDIAL DA DANÇA 2017 – 29 de Abril
"Tornei-me bailarina
devido ao meu desejo de voar. A transcendência da gravidade foi uma coisa que
sempre me motivou. As minhas obras não encerram um significado secreto. São
exercícios espirituais em forma física.
A dança comunica e
expande a linguagem universal da comunicação, dando origem à alegria, beleza e
ao avanço do conhecimento humano. A dança tem a ver com a criatividade… e
repetidamente… no pensamento, no fazer e na interpretação. Os nossos corpos são
a ferramenta para a expressão e não um meio para a representação. Esta noção
liberta a nossa criatividade que é a lição essencial e o dom da rate de fazer.
A vida dum artista não
termina com a idade, como alguns críticos acreditam. A dança é feita de pessoas
e ideias. Na qualidade de espectador pode-se levar o impulso criativo para casa
e aplicá-lo na sua vida quotidiana.
Trisha Brown
(1936-2017)
Trisha Brown |
Em comemoração desta data que celebra a Dança, "Preto, Branco, E...", uma vez
mais escolheu a década dos anos 20 - os loucos anos 20 - com toda a sua alegria,
criatividade e também toda a sua loucura.
Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e
pelo charme das melindrosas mulheres modernas da época, a década dos anos 20
caracterizou-se pela frequência dos salões de dança, simbolos dos
comportamentos, modo de vestir e também do espírito da época.
A época do Jazz tinha chegado.
Além dos salões, da ópera ou teatro, a sociedade dos anos 20 também
frequentava os animatógrafos que exibiam os filmes de Hollywood e os seus
astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks.
As mulheres copiavam as
roupas e os trejeitos das atrizes famosas, entre elas Gloria Swanson e Mary
Pickford.
A cantora e dançarina Josephine Baker destacou-se, à data, pela ousadia das
suas apresentações, sempre em trajes ousados.
Rosto Anos 20 |
A silhueta dos anos 20 era tubular, com vestidos mais curtos, leves
elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que
facilitava os movimentos exigentes e frenéticos das novas danças, de onde se
destacava o Charleston.
Usualmente as meias eram em tons de beige, para sugerir a nudez das pernas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou limitado ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até aos olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado.
Usualmente as meias eram em tons de beige, para sugerir a nudez das pernas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou limitado ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até aos olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado.
A mulher era sensual e sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção
estava toda voltada para os tornozelos. Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929),
figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas de renda das
mulheres - um verdadeiro escândalo para os mais conservadores.
Esta foi a década da estilista Coco Chanel, com os seus cortes retos, capas
, blazers, cardigãs, colares bonitos e compridos, boinas e cabelos curtos.
Durante toda a década Chanel lançou uma moda nova após outra, tornando-se numa
das maiores criadoras de moda de todos os tempos. Outro estilista que
igualmente marcou estes anos foi Jean Patou, com a sua linha
"sportswear" dos famosos fatos de banho e toucas que inundaram as
praias elegantes da época.
Os anos 20 foram a década do apogeu da "arte-déco", de Juan Miró
e Pablo Picasso. Foram ainda a era das inovações tecnológicas, da eletricidade,
da modernização das fábricas, do rádio e também do início do cinema sonoro.
Menu do Cotton Club |
Dos clubes e salões de dança, o mais famoso foi o Cotton Club, que se tornou num ícone da época. Nas suas pistas dançava-se o Charleston, originário da estado norte-americano Carolina do Sul, ao som de uma orquestra formada exclusivamente por negros. Era frequentado por uma elite branca.
As mulheres agitavam os vestidos curtos, de cintura baixa e muitas franjas,
ao som do Charleston, abanando os colares compridos de cristal e ondulando
plumas e os leques. A suas mãos cruzavam-se e descruzavam-se sobre os joelhos,
as pernas ora se encostavam ora se afastavam, seguindo um ritmo frenético. Num
outro passo da dança, levantavam as
pernas e finalizavam com um agitar das mãos no ar, imitando pandeiros.
O Charleston, com os seus frenéticos movimentos e integrado no Jazz da época em constante evolução, foi seguido pelo Black Bottom, Shimmy, Quickstep, que não passaram de variantes desta corrente musical e coreográfica.
O Charleston, com os seus frenéticos movimentos e integrado no Jazz da época em constante evolução, foi seguido pelo Black Bottom, Shimmy, Quickstep, que não passaram de variantes desta corrente musical e coreográfica.
Sobrevivendo ao logo do tempo, sabemos que o próprio Michael Jackson baseou
a criação do seu famoso passo
"Moonwalk" nos movimentos do Charleston e seus congéneres.
Foi ainda e já no final desta década que surgiu o "Swing" e o atual Jive, novas modalidade do jazz, que viriam a atingir o seu apogeu nos anos 30, 40 e 50.
Mas toda a euforia dos "loucos anos 20" acabou no dia 29 de
outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque registou a maior
queda da sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo,
afetando toda a economia dos Estados Unidos e de todo o mundo,
consequentemente.
Festa em Salão-Clube "Anos 20" |
Aos "loucos anos 20" seguiram-se os anos da "Grande Depressão", marcados pelas falências, desemprego e pelo desespero...
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