Herói é quem num muro
branco inscreve
O fogo da palavra que o
liberta:
Sangue do homem novo
que diz povo
e morre devagar de
morte certa.
Homem é quem anónimo
por leve
lhe ser o nome próprio
traz aberta
a alma à fome fechado o
corpo ao breve
instante em que a
denúncia fica alerta.
Herói é quem morrendo
perfilado
Não é santo nem
mártir nem soldado
Mas apenas por
último indefeso.
Homem é quem tombando
apavorado
dá o sangue ao futuro e
fica ileso
pois lutando apagado morre
aceso.
JOSÉ CARLOS ARY DOS
SANTOS
(ARY DOS SANTOS)
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