domingo, novembro 30, 2014

PAPA FRANCISCO VISITOU O PARLAMENTO EUROPEU E DEIXOU UMA MENSAGEM DE ESPERANÇA







"Chegou a altura de abandonar a ideia de uma Europa temerosa e auto-centrada"
Papa Francisco.



O Papa Francisco visitou o Parlamento Europeu, na passada terça-feira, 25 de novembro, e pediu aos eurodeputados para manterem viva a democracia. É a segunda vez que um Papa discursa em sessão plenária. O primeiro foi João Paulo II em 1988. O emprego, a educação e a imigração foram alguns dos temas abordados.  

A promoção da dignidade humana foi um tema central no discurso proferido pelo Papa Francisco no Parlamento Europeu. A imigração, a proteção do ambiente e a promoção dos direitos humanos e da democracia foram outros assuntos destacados na intervenção do Papa, que frisou também a necessidade de a Europa redescobrir o melhor de si.

No discurso de boas-vindas ao Papa Francisco, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou que a perda de confiança dos cidadãos em relação às instituições, tanto a nível nacional como a nível europeu, "é enorme", e sem confiança não há ideia ou instituição que possa persistir por muito tempo. "É por isso que precisamos de unir esforços para recuperar a confiança perdida", disse o presidente do Parlamento Europeu.
Martin Schulz referiu que valores como a tolerância, o respeito, a igualdade, a solidariedade e a paz são partilhados pela União Europeia e pela Igreja Católica. "A União Europeia tem a ver com inclusão e cooperação, e não com exclusão e confronto", afirmou.


Direitos humanos e dignidade:
"Desejo dirigir a todos os cidadãos europeus uma mensagem de esperança e de encorajamento", disse o Papa Francisco no discurso proferido perante os eurodeputados.
Para o Sumo Pontífice, "dignidade" é a palavra-chave que caracterizou a recuperação da Europa após a Segunda Guerra Mundial, sublinhando que a promoção dos direitos humanos é fundamental no compromisso da UE em advogar pela dignidade da pessoa, quer seja dentro da União quer seja nas suas relações com países terceiros.

O Parlamento Europeu tem "a responsabilidade de manter viva a democracia para os povos da Europa", a qual não deve colapsar "face à pressão de interesses multinacionais não universais", disse o Papa Francisco.
"É tempo de promover as políticas de emprego, mas acima de tudo é necessário devolver dignidade ao trabalho, garantindo também condições adequadas para a sua realização", afirmou o Sumo Pontífice, referindo-se às consequências dramáticas da crise a nível social.


Ambiente e imigração:
O Papa Francisco relembrou que a Europa sempre esteve na vanguarda dos esforços para promover a ecologia. No entanto, respeitar o ambiente não significa apenas limitar-se a evitar deturpá-lo, mas também utilizá-lo para o bem, disse o Papa, relembrando que milhões de pessoas no mundo morrem de fome enquanto toneladas de produtos alimentares são descartadas diariamente das nossas mesas.

A questão dos fluxos migratórios para a UE foi também abordada pelo Papa no seu discurso perante o Parlamento Europeu. "Não se pode tolerar que o Mar Mediterrâneo se torne um grande cemitério", afirmou, destacando que nos barcos que chegam às costas europeias há pessoas que precisam de "acolhimento e ajuda". Para o Papa, a Europa será capaz de enfrentar as problemáticas relacionadas com a imigração se souber propor com clareza a sua identidade cultural.


Após este seu discurso perante o Parlamento Europeu, o Papa Francisco foi calorosamente aplaudido pelos deputados.





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