O RAPAZ DA
CAMISOLA VERDE
De mãos nos
bolso e de olhar distante,
Jeito de
marinheiro ou de soldado,
Era um rapaz
de camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Perguntei-lhe
quem era e ele me disse
“Sou do
monte, Senhor, e um seu criado”.
Pobre rapaz
de camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Porque me
assaltam turvos pensamentos?
Na minha
frente estava um condenado.
Vai-te,
rapaz da camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Ouvindo-me,
quedou-se o bravo moço,
Indiferente
à raiva do meu brado,
E ali ficou
de camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Soube depois
ali que se perdera
Esse que só
eu pudera ter salvado.
Ai do rapaz
da camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Ai do rapaz
da camisola verde,
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
Negra
madeixa ao vento,
Boina maruja
ao lado.
PEDRO HOMEM
DE MELO
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