Dois
homens morreram, na última madrugada, depois de terem sido colhidos na largada
de touros, durante as festas da Moita.
Na
avenida principal da Moita, que é dividida, são largados três toiros, num
evento que atrai milhares de pessoas ao concelho, com muitas tradições ligadas
à tauromaquia.
Festas da Moita do Ribatejo. Largada dos touros |
Na
primeira largada de toiros das Festas da Moita, realizada na madrugada de
sábado, dois homens, de 46 e 27 anos, morreram devido a colhidas de um dos
toiros.
Na
manhã de hoje realizou-se a segunda largada na avenida, a primeira depois dos
acontecimentos de sábado.
Os
touros voltaram a sair à principal avenida da vila da Moita, depois das duas
mortes registadas na primeira largada na madrugada de sábado, e voltaram a
fazer novas vítimas: dois feridos, sem gravidade.
"Na
largada de hoje (desta segunda-feira) houve dois feridos, mas sem gravidade.
Tratou-se de alguns arranhões e escoriações, com um dos casos a necessitar de
levar pontos", disse fonte dos bombeiros da Moita.
Mesmo
assim, as largadas de toiros vão continuar a realizar-se diariamente até ao fim
das Festas da Moita, que terminam no próximo domingo, segundo a confirmação da
Comissão destas festas.
Festa do Senhor dos Passos. Reguengos de Monsaraz |
Por
sua vez, hoje, no concelho de Reguengos de Monsaraz, a estocada final foi dada
cerca das 19:50, depois de o touro, à semelhança de anos anteriores, ter sido
laçado e preso ao muro da arena improvisada, na antiga praça de armas do
castelo de Monsaraz, histórica povoação localizada nas margens da albufeira de
Alqueva.
Todavia,
segundo autorização dada pelo IGAC, na sequência de duas decisões em tribunal
que já tinham transitado em julgado na sexta-feira, hoje o animal não foi
coberto com um pano escuro, no momento em que foi abatido, contrariamente ao
que acontecia nos anos anteriores.
Os
promotores da novilhada popular sempre reivindicaram o mesmo regime de exceção
concedido a Barrancos em 2002, tendo, mais tarde, recorrido a providências
cautelares e a ações administrativas para tentar legalizar o espetáculo.
Considerando
que “finalmente foram reconhecidas as sentenças já proferidas”, o Presidente da
Câmara reiterou que “o povo de Monsaraz tem razão, dada pelos tribunais”, e que “tardou o seu reconhecimento pelas
autoridades do poder central”.
Assim,
nesta sexta-feira, o IGAC concedeu, pela primeira vez, autorização à realização
da tourada com touro de morte em Monsaraz.
Reguengos de Monsaraz histórico |
A
novilhada de hoje, em que foi cumprida a tradição de morte do touro reivindicada
pela população local, contou com uma assistência de cerca de 1.500 pessoas, que
quase encheram o castelo.
Esta
novilhada com touro de morte, o último a ser lidado, faz parte do programa das
festas em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, que se realizam anualmente no
segundo fim de semana de setembro, em Reguengos de Monsaraz.
Segundo
a tradição reivindicada pela população de Monsaraz e autarquias locais, este
espetáculo taurino (de caráter amador e popular e que termina com a morte ritualizada
do touro no final da lide), realiza-se desde 1877, de forma ininterrupta.
De
facto, a legislação em vigor desde 2002, estabelece que:" qualquer espetáculo
com touros de morte é excecionalmente autorizado no caso em que sejam de
atender tradições locais que se tenham mantido, de forma ininterrupta, pelo
menos, nos 50 anos anteriores à entrada em vigor do diploma, como expressão de
cultura popular, nos dias em que o evento histórico se realize".
I.N.E.M. |
Um
fim de semana tingido de vermelho pelo sangue humano e animal.
Puro
prazer cultural.
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