A
magia ainda vive no coração dos adultos, que aceitam o desafio de vestir o fato do Pai Natal. Este ano há mais pessoas a fazer o papel do velhinho
das barbas brancas.
Com
a crise, os cachets baixaram e a oferta tornou-se maior. Uns recebem entre mil
a 1500 euros por 15 dias a fazer de Pai Natal, outros cobram 75 euros por
presença em eventos e grandes superfícies e outros ainda só aceitam participar
nesta festa gratuitamente, a favor da comunidade onde vivem.
Há
quem conte com uma experiência de mais de 30 anos, outros estreiam-se na grande
fantasia de uma viagem que começa no Polo Norte e termina numa qualquer
chaminé. A história fala de São Nicolau, conhecido por salvar marinheiros das
tempestades, defender crianças e oferecer generosos presentes aos mais pobres,
o primeiro Pai Natal de que há memória.
Nos
anos 30 do século XX a Coca-Cola procurava uma forma de vender mais
refrigerantes no inverno e contratou um ilustrador para desenhar a publicidade.
Nasceu assim o Pai Natal , aquele que todas as crianças
esperam na noite de 24. Um museu alemão pede agora que o Pai Natal seja
classificado como Património Imaterial da Humanidade, argumentando as suas
origens germânicas.
Lendo
um matutino, algures pela manhã, esta estória que poderemos e devemos chamar de
mais uma estória de Natal, prendeu a minha atenção e sensibilidade, pela sua
autenticidade e pelo espírito de natal que ela traduz.
Como sempre, insiro no final a publicação do comentário mais votado.
«António
Carvalho: idade 77 anos, profissão reformado (era vendedor de mobiliário), anima
hoje o largo de Cascais onde está.
Aos
77 anos, António Carvalho orgulha-se da barba natural branca, que deixa crescer
todos os anos desde abril e que corta sempre no dia 26 de dezembro, terminado o
trabalho de Pai Natal.
O
papel começou já depois dos 30, por carolice. Hoje, a figuração ajuda a
engordar os parcos 400 euros de reforma. "Cobro aos que podem pagar, para
depois ir de borla a algumas instituições", frisa. António Carvalho,
casado, com um filho e um neto de 12 anos, acredita no Pai Natal e faz com que
os outros também acreditem. Ostenta barbas verdadeiras, para criar a magia, e
"confrontar os miúdos atrevidos, que gozam e questionam o Pai Natal. A
esses, dou-lhes a volta", diz.
Não
foi fácil a sua infância, interrompida aos dez anos quando se viu obrigado a
trabalhar para ajudar a família, após o pai ter ficado incapacitado.
"Comecei a varrer lojas e a deitar serradura para a entrada, como se fazia
então. Fui vendedor de mobiliário, ganhava à comissão, e deixei para trás o meu
sonho, o teatro e a música."
Mas
aproveitou as oportunidades da vida. "Trabalhei em telenovelas, teatro e
fiz um curso de representação com um colaborador da TV Globo que veio a
Portugal, tenho um diploma e tudo", diz com orgulho, acrescentando que
também é vocalista da Banda Maior e aluno na Universidade da Terceira Idade.
Por isso, sempre que veste a pele de Pai Natal faz questão de dar "uma
palavra de conforto às crianças". E recorda uma situação difícil, há uns
anos, numa grande superfície de Odivelas: "Perguntei às crianças o que
queriam receber e um menino disse que gostava de ter um prato de sopa na mesa.
Só queria um buraco para me esconder. Somos obrigados a ter grande capacidade,
pois o papel de Pai Natal também pode ser muito sentimental".»
Comentário mais votado:
"Sou eu o verdadeiro pai natal. sem dinheiro e desempregado e com dividas de 2000 euros as financas que não me perdoa nem um centimo tentei dar algo aos meus filhos mas só lagrimas me escorrem pelo rosto "
2 comentários:
Olá Maria Haydée, passando aqui para lhe desejar um Natal abençoado junto a seus familiares. E a todos de Portugal, que a esperança renasça sempre!Forte abraço!
Obrigada, Claudia.Com os nossos familiares queridos, é sempre Natal. É o que igualmente para você, amiga, muita alegria junto de todos os seus.
Que o Novo Ano seja o ano de todas as suas realizações mais desejadas.Beijo grande, do tamanho do Brazil e Portugal!
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