Nadir Afonso é autor de uma
teoria estética, tendo publicado vários livros onde defende que a arte é
puramente objectiva e regida por leis de natureza matemática, que tratam a arte
não como um acto de imaginação, mas de observação, percepção e manipulação da
forma.
Reconhecido internacionalmente,
está representado em vários museus. As suas obras mais famosas são a série
Cidades, que sugerem lugares em todo o mundo. Com 92 anos de idade, ainda
trabalhava activamente na pintura. Faleceu no passado dia 11 de dezembro, aos 93 anos de idade, no
hospital de Cascais onde se encontrava internado, .
Em 1938 Nadir Afonso ingressou
no curso de Arquitectura na Escola de Belas-Artes do Porto. Durante esses anos
a pintura de Nadir evoluiu para uma progressiva abstracção.
Terminados os estudos de
arquitectura partiu para Paris, em 1946, onde se inscreveu na École des
Beaux-Arts para estudar Pintura, e obteve, por intermédio de Portinari, uma
bolsa de estudo do governo francês. Colaborou com Le Corbusier de 1946 até 1948,
e novamente em 1951.
No final de 1951 parte para o
Brasil, onde trabalhou nos anos seguintes com Óscar Niemeyer, sobretudo no
projecto do IV Centenário da Cidade de S. Paulo, Parque de Ibirapuera. Em
finais de 1954 voltou a Paris.
Aí, publicou a obra de reflexão
estética La Sensibilité Plastique (Paris: Presses
du Temps Présent, 1958) e apresentou no ano seguinte a sua primeira grande
exposição antológica, na Maison des Beaux-Arts de Paris.
Em 1955, em Portugal, concorreu
ao projeto do Monumento ao Infante D. Henrique a erigir em Sagres. Em Chaves
projectou a Panificadora, uma das obras de referência da arquitectura
portuguesa do século XX.
Representou Portugal na Bienal
de São Paulo, no Brasil ( 1961 e 1969), e teve o privilégio de ver a sua obra
galardoada com inúmeras distinções.
Em 1967 recebeu o Prémio Nacional de Pintura e, passados
dois anos, o Prémio Amadeo de
Souza-Cardoso.
A Fundação Calouste Gulbenkian dedicou-lhe uma exposição
retrospectiva que foi apresentada em 1970 no Centre Culturel Portugais, em
Paris, e posteriormente em Lisboa.
Publicou Les
Mécanismes de la Création Artistique (Neuchem vâtel: Editions du Griffon,
1970).
Foi ainda condecorado com os
graus de Oficial e Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em
dezembro de 2010.
Nos anos seguintes, desenvolveu
uma intensa actividade artística e aos poucos a sua pintura irradiou pelo mundo
ao mesmo tempo que continuou a publicar regularmente.
Aos livros referidos
seguiram-se: Aesthetic Synthesis, Universo e o Pensamento, O Sentido da Arte, Da intuição Artística ao
Raciocínio Estético, Sobre a Vida e
Sobre a Obra de Van Gogh, As Artes:
Erradas Crenças e Falsas Criticas, Nadir Face a Face com Einstein, Manifesto – O Tempo não Existe
Em 2010, foi realizada uma grande exposição da
sua obra, no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto, e, seguidamente, no
Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Lisboa.
Também o Museu da Presidência
da República não foi o único a dedicar-lhe uma exposição
retrospectiva. Outra grande exposição foi apresentada no Museu Carlo Bilotti-
Vila Borghese em Roma (2012) e outra exposição em Veneza no Palazzo Loredan
(2012).
Nadir Afonso é autor de uma
obra singular, estruturada no contexto artístico internacional com consistente
pioneirismo e um dos artistas de maior relevo da arte do século XX e XXI.
Um
processo sustentado pela reflexão e análise teórico-filosófica, de formulação
própria e o consequente trabalho prático como fio condutor para uma metodologia
racional.
O artista defende uma estética que pressupõe a relação das leis
geométricas, leis universais que existem na Natureza indispensáveis ao alcance
da harmonia, e a relação mutável das funções e necessidades que permitem
determinar as leis evolutivas, não especificas da obra de arte.
A obra de Nadir Afonso,
complexa, é pautada por vários períodos que são o resultado de um
desenvolvimento natural da sua pintura. Se o início aborda a representação do
real, uma evolução conduziu-o desde o expressionismo em que pintou intensamente
a cidade do Porto, às derradeiras composições que chamamos período fractal,
dedicado às grandes metrópoles
( em Wikipédia e Sítio Oficial de Nadir Afonso)
Descanse em paz.
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