Enquanto no Bolshoi, em Moscovo, continuam as investigações ao ataque com ácido ao diretor artístico Sergei Filin, ao mesmo tempo que alguns bailarinos vão falando do mau ambiente no teatro, o Mariinsky, casa imperial da ópera e do ballet,construído em 1860, começou na passada semana uma nova era.
Sala do novo Mariinsky II |
O investimento de cerca de 550 milhões de euros, pagos pelo Governo russo, é o maior de sempre num edifício deste género, e garante não só um aumento do espaço como também acompanha as mais recentes evoluções tecnológicas. Não é apenas uma construção de agora, como também para o futuro. O passado, esse, não é esquecido e é por isso que há uma ligação, através de uma ponte sobre um canal do Rio Neva, entre o novo Mariinsky e o antigo, que continuará a receber espetáculos.
Vladimir Putin cumprimenta Valery Gergiev, diretor artístico do Teatro Mriinsky. durante a gala da inauguração |
Mas como em todas as mudanças, não podiam faltar as críticas. Algumas centram-se exatamente nas diferenças entre os dois edifícios. Têm surgido muitas vozes contra a nova construção, defendendo que esta se devia ter mantido fiel não só à imagem do Mariinsky como de toda a zona envolvente. O diretor do Museu Hermitage, Mkhaïl Pietrovski, diz que este novo edifício é banal e para o realizador Alexandre
Sokurov, Leão de Ouro em Veneza em 2011, parece uma caixa. Grande parte dos cidadãos de São Petersburgo também não vê no Mariinsky II uma casa de espetáculos, mas antes um centro comercial.
Valery Guerguiev, o prestigiado maestro russo que há dez anos sentiu necessidade de ampliar o teatro, não está preocupado com as críticas, porque tem a certeza de que quem critica mudará de opinião assim que conhecer o espaço por dentro.
Vista das instalações do novo Mariinsky II |
"A inauguração do Mariinsky II vai reafirmar e reforçar a grande tradição do teatro, abrindo caminho para o futuro, tornando possível criar obras de vanguarda e performances inovadoras, com as quais até aqui não podíamos nem sonhar", declarou o maestro aos jornalistas. Acrescentou ainda que muitas das vozes críticas se calaram quando em abril se abriram as portas para um teste acústico do novo auditório, que tem lugar para duas mil pessoas.
Jack Diamond, responsável pelo projeto, é da mesma opinião de Guerguiev. o arquiteto canadiano foi escolhido em 2009, em substituição do francês Dominique Perrault, cujos projetos para o Mariinsky não foram aceites. O arquiteto diz que inovou, mas garante que não esqueceu o passado daquele local, ao tentar relacionar os dois espaços...
Ballet Nacional de Espanha no Teatro Mariinsky:
Gala de inauguração do novo Mariinsky
Ballet Bolshoi, companhia residente do Tetro Mariinsky:
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