"Eu vejo acontecer o esquecimento. Aconteceu em Moçambique com a guerra civil, em 1922. Ninguém se lembra de nada, não existe, nunca houve, ninguém morreu, ninguém matou. E é espantoso como isso é agressivo. Há um apagamento profundo, feito por uma decisão, um consenso silencioso.
É como se toda uma nação se tivesse sentado numa mesa e sem falar tivesse decidido esquecer."
MIA COUTO, (in Jerusalém)
Deus já foi mulher. Antes de se exilar para longe da sua criação e quando ainda não se chamava Nungu, o atual Senhor do Universo parecia-se com todas as mães deste mundo. Nesse outro tempo, falávamos a mesma língua dos mares, da terra e dos céus...
MIA COUTO (in primeiro capítulo do livro A Confissão da Leoa)
Este é Mia Couto. O Escritor, o Poeta, o Operário das Palavras, o Africano, o Homem da Terra, o Dono de todos os Corações. O meu Mia, como simplesmente o chamo. Também a ele dedico esta publicação, parca em palavras, mas milionária em corações, quando acaba de ganhar o tão ambicionado Prémio Camões 2013, galardão máximo da cultura portuguesa.
PARABÉNS, MIA.
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