sábado, março 12, 2011

MARLENE DIETRICH (1901-1992) - Uma Mulher que amou o Cinema, Homens e Mulheres...




Marie Magdalene Dietrich nasceu em 27 de Dezembro de 1901 em Schönberg, distrito de Berlim, na Alemanha. Filha mais nova de Louis Erich Otto Dietrich e de Wilhelmina Elisabeth Josephine Dietrich, teve uma irmã um ano mais velha, Elisabeth. Oriunda, por via materna, de uma família abastada de Berlim, que possuía uma fábrica de relógios, o seu pai foi um tenente da polícia, que morreu em 1911.
Marie Magdalele Dietrich

O seu melhor amigo, Eduard von Losch, um aristocrata e primeiro tenente dos Granadeiros cortejou Wilhelmina, com quem se veio a casar em 1916, mas Eduard faleceu num curto espaço de tempo, vítima dos ferimentos sofridos durante a Primeira Guerra Mundial. Marlene então frequentou a escola de artes cénicas e participou em filmes mudos até 1930.

Em 1921, casou-se com um ajudante de director de filmes chamado Rudolf Sieber, de quem teve uma única filha, Maria, nascida em 1924. Aos vinte e três anos de idade, Marlene Dietrich fez a sua estreia nos palcos do teatro, onde manteve uma carreira de cinco anos apagados até ser descoberta pelo director  austríaco Josef von Sternberg, que a convidou para protagonizar o filme "Der Blaue Engel" (1930), em Portugal o "Anjo Azul", baseado no romance de Heinrich Mann, "Professor Unrat".
Anúncio do filme Anjo Azul

Este foi o primeiro de uma série de sete filmes em que Marlene e o director Josef von Steinberg trabalharam juntos. Seguiram-se-lhe "Marrocos" (1930), "Desonrada" (1931), o "Expresso de Shangai" (1932), "A Vénus Loira" (1932), "A Imperatriz Galante" (1934) e "Mulher Satânica" (1935).

Depois de trabalhar com von Sternberg, Marlene Dietrich partiu para Hollywood, onde protagonizou filmes mais profundos e marcantes.

Por esta altura foi convidada por Hitler para participar em filmes pró-nazis, mas Marlene recusou o convite de Hitler, tornou-se cidadã americana, o que Hitler considerou como uma traição à pátria alemã, chamando-a de traidora.

Marlene Dietrich junto das tropas aliadas
Durante a Segunda Guerra Mundial, Marlene , junto das tropas aliadas, fez vários espectáculos para diversão e alívio da dor dos soldados feridos, e não só. No final da guerra e após uma condecoração, Marlene Dietrich descobriu um dom ainda por explorar: a sua voz. Assim, além de representar, começou a cantar. A partir de 1951 iniciou uma série de espectáculos em Las Vegas, no Sahara Hotel.

Em 1961 Marlene protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo, abordando um tema ainda assustador à época. Foi o filme "Juramento em Nuremberga", que tratava do holocausto, do nazismo e do polémico julgamento que condenou os grandes líderes nazis.

Anúncio do filme Just a Gigolo

Durante as suas digressões mundiais, Dietrich visitou inúmeros países, mas em 1962 regressou à sua pátria, a Alemanha, onde o seu regresso não agradou a todos, sobretudo aos nazis sobreviventes da guerra que a chamaram de traidora em pleno aeroporto. Em 1978, marlene protagonizou o seu último filme, "Apenas um Gigolo", onde contracenou com David Bowie. Todavia e durante as filmagens, participou em vários programas de televisão e rádio.

Ao contrário da sua celebridade profissional, a sua vida pessoal foi mantida fora do público. Dietrich era bissexual, gostou das cenas gay florescentes no tempo e foi a primeira mulher a usar calças publicamente, nos anos de 1920. Ao longo da sua carreira, Marlene teve uma sequência interminável de casos, alguns de curta duração, outros de décadas, muitas vezes simultâneos e mantinha o hábito de mostrar as cartas de amor dos amantes ao seu marido, gesto por vezes acompanhado de comentários mordazes.
Trailer do filme Marrocos

Teve casos amorosos com Erich Maria Remarque, o actor francês Jean Gabin, o escritor Mercedes de Acosta, que foi amante de Greta Garbo. O grande amor da sua vida parece ter sido o actor Yul Brynner, por volta dos seus 50 anos, mas também contou com George Bernard Shaw e John F. Kennedy entre as suas conquistas.

Nomeada para um Óscar, no filme "Marrocos", teve ainda uma nomeação para um Globo de Ouro em "Testemunha de Acusação", no mesmo ano em que recebeu o Golden Laurel, pela sua actuação no mesmo filme.

Finalmente recolheu-se na sua casa da Avenue Montaigne em Paris, onde morreu aos noventa anos de idade, no dia 6 de Maio de 1992. Na realidade, Dietrich tornara-se, nos últimos anos de vida, numa alcoólatra dependente de calmantes. A sua morte gerou muitos comentários, sobre se teria sido fruto de suicídio, resultante de um padecimento eventual de Alzheimer, ou ingestão excessiva de tranquilizantes. Mas estes comentários nunca foram confirmados.


Mas o que parece certo é que, com ela, desapareceu também a última diva que o cinema conheceu...









1 comentário:

Anónimo disse...

Para mim é e será sempre, a actriz mais béla e talentosa que o cinema já teve.

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