Sem temer polémicas, Bento XVI distancia-se da imagem de um Papa ultraconservador e admite a utilização do preservativo "em certos casos". Esta é a primeira vez que um Papa aceita o uso do preservativo, como solução possível no controle da disseminação do vírus da SIDA.
Uso do preservativo |
São boas novas para a comunidade católica, eu mesma me me confesso encantada com esta decisão de S.Santidade, uma vez que a posição do Vaticano perante a sexualidade tem sido um dos principais pontos de tensão entre os fiéis e a cúria romana.
Os fiéis, quase sem excepção, concordam e elogiam a coragem de Bento XVI, segundo várias abordagens públicas a pessoas católicas ou não. D.João Torgal Ferreira, Bispo das forças armadas, considerou, hoje, um "volte de face" que Bento XVI tenha admitido a utilização do preservativo
D. João Torgal Ferreira |
No livro, Bento XVI fala ainda do contexto das palavras polémicas na viagem aos Camarões e a Angola, no ano passado, onde disse que "a SIDA não pode resolver-se com a distribuição de preservativos, que agravam o problema".
Odon Vallet, especialista em História das Religiões, comenta a posição de Bento XVI: "esta nova atitude muda a visão sobre aqueles que usam o preservativo para evitar a transmissão do vírus da SIDA e em África ou na Ásia isto é muito importante".
Papa Bento XVI junto de líderes africanos |
No entanto, o Papa diz que o preservativo "não é o caminho para se acabar com a infecção do HIV" que, segundo ele, passa por "humanizar a sexualidade e não banalizá-la".
Apesar de ainda manter a posição de que os preservativos não são a resposta para o vírus da SIDA, este passo mostra que o Papa está disposto a repensar a doutrina da Igreja Católica, de forma a que esta possa dar resposta aos diversos problemas que as sociedades destes tempos tão conturbados, colocam como um desafio constante, aos seus fiéis e às suas crenças.
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