quinta-feira, novembro 18, 2010

MARCEL MARCEAU (1923-2007) - O Mestre do Silêncio




Marcel Marceau ou Mime Marceau, foi o mímico mais popular do período pós-guerra e junto com Étienne Decroux e Jean Louis Barrault, deu uma nova roupagem à mímica do século XX.

Oriundo de uma família francesa de origem judia, Marcel foi forçado a fugir de casa aos 16 anos, quando o seu país entrou em guerra, passando a viver em Lille. Juntou-se mais tarde às forças do general Charles de Gaulle junto com o seu irmão, mas como o seu inglês era excelente, foi nomeado oficial de ligação com o exército do general Patton.

Após ter visto Charles Chaplin, interessou-se em atuar. Terminada a guerra e em 1946, matriculou-se na escola de arte dramática de Charles Dullin no Teatro Sarah Bernardt em Paris, onde estudou com o mestre Étienne Decroux, que também tinha ensinado Jean-Louis Barrault. Este, ao observar o excepcional talento de Marceau, integrou-o na sua companhia, onde o desempenho de Marcel Marceau foi tão elogiado, que o incentivou a representar o seu primeiro mimodrama "Praxitele e o Peixe Dourado", no Teatro Sarah Bernardt, nesse mesmo ano. A partir daqui e com a unanimidade positiva da crítica, a carreira de Marcel Marceau como mímico, consolidou-se.

Em 1947 e inspirado em comediantes como Chaplin, os Irmãos Marx e nos "clowns" da commedia dell'arte italiana, Marceau criou  Bip, o palhaço de cara pintada que, com o seu casaco às riscas e já gasto, chapéu alto de seda, com uma flor espetada - significando a fragilidade da vida - se tornou o seu alter-ego, exactamente como o Vagabundo de Chaplin.
As desventuras de Bip interagiam com tudo, desde borboletas a leões, de navios a comboios, nos salões ou nos restaurantes, eram ilimitadas. Com  uma pantomina de estilo, Marcel Marceau foi reconhecido como fora de série.

Os seus exercícios silenciosos, que incluíam trabalhos clássicos como "A Gaiola", "Andando de  Encontro ao Vento", o "Fabricante de Máscaras", "No Parque", sátiras de tudo, desde escultores a matadores, foram considerados como trabalhos geniais.

Curiosamente, foi "Andando Contra o Vento" o inspirador do passo de dança Moonwalk de Michael Jackson, que veio a tornar-se amigo e admirador de Marcel Marceau, ao ponto de o eleger como coreógrafo favorito. Em 1949, após ter recebido o renomeado Prémio Deburau, Marcel Marceau formou a sua própria companhia, "Mime Marcel Marceau", única companhia de pantomina do mundo naquele tempo e com a qual conquistou todo um resto de vida repleto de êxitos incontáveis.


O governo francês conferiu a Marcel Marceau a sua honra mais elevada, fazendo dele "Oficial da Legião de Honra", entre várias outras distinções. Foi membro de diversas Academias, Academia de Belas Artes de Berlim, Academia das Belas Artes de Munique e Academia de Belas Artes do Institut de France. Foi, ainda, nomeado "Doutor Honoris Causa" pelas Universidades do Estado de Ohio, Linfield College, Princeton e Michigan.

Em 1999, a cidade de Nova Iorque estabeleceu o dia 18 de Março, como o "Dia de Marcel Marceau". Foi o maior mímico até aos dias de hoje. Na minha juventude, tive a sorte de o admirar em algumas das suas melhores actuações. A sua mímica transmitia uma ilusão verdadeiramente espantosa...

Marcel Marceau morreu aos 84 anos, a 26 de Setembro de 2007.  






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