sábado, novembro 13, 2010

DINO DE LAURENTIIS - O último adeus


Dino De Laurentiis, um dos produtores mais influentes quer do cinema italiano, quer do cinema mundial, morreu esta quarta-feira aos 91 anos de idade, segundo o anúncio de uma das suas filhas, sem referir a causa da morte.

Com setenta anos de carreira, 38 nomeações para os Óscares, mais de 500 filmes de realizadores como Frederico Fellini, Roberto Rossellini, Ridley Scott ou David Lynch, Dino De Laurentiis (Agostino De Laurentiis),o italiano que chegou aos Estados Unidos sem saber uma palavra de inglês, parece ter feito tudo  na sétima arte.

O último filme que produziu foi "Virgin Territory" em 2007 e aos 82 anos, "Hannibal", com Anthony Hopkins. "Tive muita sorte ao longo da minha longa vida. Nos três continentes, nas diversas culturas, nos momentos felizes e assim-assim, tive sempre o privilégio de trabalhar com grandes mestres do cinema", disse numa entrevista. Nasceu em Itália, em Torre Annunziata, a 8 de Agosto de 1919. Tinha como destino trabalhar na fábrica de massas do pai, mas o cinema trocou-lhe as voltas. "Se vivessem na provinciana Torre Annunziata, onde não há nada para fazer a não ser ver filmes com os amigos, iam perceber o impacto do cinema. É um mundo de fantasia. Apaixonei-me por isso", contou no livro "Dino: The Life and Times of Dino De Laurentiis".

Com apenas 1,63 metros de altura, o italiano era conhecido como o leão do plateau. Produtor global aos 17 anos, depois de trabalhar com o pai, Dino De Laurentiis entrou no Centro Sperimentale di Cenematografia, em Roma, onde começou a trabalhar como actor, extra ou aderecista. Aos 21 anos produziu o primeiro filme "L'Amore Canta", mas a guerra interrompe a sua carreira. É recrutado para servir Mussolini, mas deserta. No fim da II Guerra Mundial regressa ao cinema, para trabalhar com Frederico Fellini nos filmes "A Estrada" e " Noites de Cabíria" (vencedores do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1957 e 1958).

Seguidamente e com o acordo de sua mulher, a produtora Martha De Laurentiis, parte para os Estados Unidos, depois do seu estúdio Dinocittà falir. É nesta altura que se torna mais famoso, produzindo "Guerra e Paz", "Conan o Destruidor", que lança Arnold Scwarzeneger, "Hannibal " e muitos mais. De Laurentiis sofreu uma tragédia familiar em 1981, quando um dos seus seis filhos morreu num acidente. Mas nunca desistiu.

"Fazer filmes é uma questão de instinto. Ninguém ensinou o Picasso a pintar, ele aprendeu por ele. Podes aprender a mecânica, mas ninguém te ensina a perceber o que está certo.", disse em 2001 ao jornal Los Angeles Times, no ano em que recebeu o Irving G. Thalberg Memorial Award da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

As nossas homenagens a este grande produtor do cinema mundial, agora, sem dúvida, mais pobre.


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