PROCISSÃO
Tocam os sinos da torre da
igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo
chão.
Na nossa aldeia que Deus a
proteja!
Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a
compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com
o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem
alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num
fole.
Trazem ao ombro brilhantes
machados,
E os capacetes rebrilham ao
sol.
Tocam os sinos na torre da
igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo
chão.
Na nossa aldeia que Deus a
proteja!
Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa
confraria!
Muito solenes nas opas
vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia
havia
Tantos bigodes e tais
sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os
anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em
casa!
Um deles leva a coroa de
espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma
asa!
Tocam os sinos na torre da
igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo
chão.
Na nossa aldeia que Deus a
proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as
filhas,
As colchas ricas, formando
troféu.
E os lindos rostos, por trás
das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do
Céu!
Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o
andor.
Não há na aldeia nada mais
bonito
Que estes passeios de Nosso
Senhor!
Tocam os sinos na torre da
igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo
chão.
Na nossa aldeia que Deus a
proteja!
Já passou a procissão.
ANTÓNIO LOPES RIBEIRO
Sem comentários:
Enviar um comentário