que vivia só cantando,
por causa de uma Colombina
acabou chorando,
acabou chorando...
São personagens de um estilo
teatral conhecido como Commedia dell’Arte, nascido na Itália do século XVI.
Participantes de uma trama cheia de sátira social, os três figurantes representam serviçais envolvidos num triângulo amoroso: Pierrot ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina.
Participantes de uma trama cheia de sátira social, os três figurantes representam serviçais envolvidos num triângulo amoroso: Pierrot ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina.
O estilo surgiu como
alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária, que
apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já inacessível à
maioria das pessoas.
Assim, a história do trio enamorado foi sempre um autêntico entretenimento popular, com origem no Carnaval.
Apresentadas nas ruas e praças das cidades italianas, as histórias
encenadas ironizavam a vida e os costumes dos poderosos de então.
Apesar de obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a improvisação
como ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento cómico dos
atores. Estes tinham que responder rapidamente e de improviso às novas piadas e
situações criadas pelo colegas.
Colombina, era criada de uma
filha do patrão Pantaleão, o mais popular dos personagens patrões, representantes da elite da sociedade italiana nas histórias da Commedia
dell’Arte.
Mercador veneziano, Pantaleão era um tirano avarento e galanteador desajeitado, alvo constante do gozo dos servos e de outros personagens da trama.
Mercador veneziano, Pantaleão era um tirano avarento e galanteador desajeitado, alvo constante do gozo dos servos e de outros personagens da trama.
Mas Colombina era tão bela e
refinada quanto a sua patroa. Era também o pivô de um triângulo amoroso que
ficaria famoso em todo o mundo – de um lado, o apaixonado Pierrot; do outro, o
malandro Arlequim.
Para despertar o amor deste último, a romântica Colombina cantava e dançava provocantemente graciosa nos espectáculos.
Para despertar o amor deste último, a romântica Colombina cantava e dançava provocantemente graciosa nos espectáculos.
Pierrot ou Pierrô cujo nome
original era Pedrolino, foi batizado em França, no séc. XIX, como Pierrot e
assim ficou conhecido.
O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara.
Vivia sofrendo e suspirando de amor pela Colombina. Por isso, era o alvo preferido das piadas em cena. Não foi à toa que a sua atitude, os seus trajes e sua maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo.
O seu caráter é aquele de um
palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o
coração e o deixa pelo Arlequim. É normalmente representado usando roupas
largas e brancas, por vezes metade pretas, cara branca e uma lágrima desenhada por
debaixo dos olhos.
A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade. É considerado como um bobo, sempre alvo de partidas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. Pierrot também é representado como sendo um lunático, distante e inconsciente da realidade.
A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade. É considerado como um bobo, sempre alvo de partidas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. Pierrot também é representado como sendo um lunático, distante e inconsciente da realidade.
Arlequim era também criado de
Pantaleão, um espertalhão preguiçoso e insolente, que tentava convencer todos da sua ingenuidade e estupidez.
Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos.
Debochado, adorava pregar partidas aos outros personagens e depois usava a sua agilidade para se escapar das confusões criadas.
Outra de suas características era a sua roupa de losangos, pela qual se destacava em cena.
No Carnaval Brasileiro, Arlequim
procura encontrar o seu par, Colombina, pelas ruas. Gosta de fumar tabaco e atrapalhar
a festa dos ambiciosos, aventureiros e homens de boa educação.
Arlequim também pode, quando é avistado por uma dama, roubar-lhe um beijo, brincadeira que causa ciúmes a Colombina. Que acaba por pregar uma partida a Arlequim ou à dama que foi beijada…
Arlequim também pode, quando é avistado por uma dama, roubar-lhe um beijo, brincadeira que causa ciúmes a Colombina. Que acaba por pregar uma partida a Arlequim ou à dama que foi beijada…
Quando alguém come esse coração do Arlequim, torna-se o Arlequim. O intento de Pierrot é apanhar o coração quando Arlequim o oferece a alguém, intento esse que fracassa sempre devido às brincadeiras do mesmo.
Em qualquer tradição
carnavalesca, este amor lendário surge condenado ao fracasso e é celebrado das
mais diversas formas. Mas sempre com o condimento alegre e picante, conjugado
em perfeita harmonia com um romantismo nostálgico e dolente …
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