A dois meses de festejar oito anos de pontificado, Bento XVI abandona o cargo, que ficou marcado por uma postura mais dogmática da Igreja e iniciativas como a beatificação do seu antecessor, João Paulo II.
"Depois de ter analisado
perante Deus e com a minha consciência cheguei à conclusão que as minhas forças
e a idade avançada [85 anos] não me permitem exercer de maneira apropriada o
ministério de Pedro", disse o Papa, em Latim, esta segunda-feira durante
uma cerimónia de canonização.
O arcebispo de Milão, Angelo Scola, é apontado pela imprensa italiana como um dos favoritos a sucessão do alemão. Por sua vez, o jornal inglês 'The Guardian' noticia que o ganês Peter Turkson é um dos favoritos a render Bento XVI. O novo Conclave, para escolher o novo Papa, deve acontecer já no mês de março.
O arcebispo de Milão, Angelo Scola, é apontado pela imprensa italiana como um dos favoritos a sucessão do alemão. Por sua vez, o jornal inglês 'The Guardian' noticia que o ganês Peter Turkson é um dos favoritos a render Bento XVI. O novo Conclave, para escolher o novo Papa, deve acontecer já no mês de março.
Josepf Ratzinger foi eleito no dia 20 de abril de 2005 o 265.º papa quando tinha 78 anos de idade. Sucedeu a João Paulo II que morreu a 2 de Abril de 2005. Bento XVI é o quarto Papa a renunciar ao cargo depois de Bento IX (1032), Celestino V (1294) e Gregorio XII (1515).
A escolha de Joseph Ratzinger
foi decidida a 19 de abril de 2005 para suceder a João Paulo II. Hoje, a dois
meses de completar 86 anos, o Papa anunciou a sua saída.
O cardeal Josep Ratzinger
tornou-se aos 78 anos o novo sumo pontífice da Igreja católica, tendo escolhido
o nome de Bento XVI.
Ratzinger tornou-se assim o
primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um
representante da linha mais dogmática da Igreja. Decano do conselho
cardinalício, antes da morte de João Paulo II, Ratzinger dirigia a poderosa
congregação para a doutrina da fé, herdeira da Inquisição.
Com ideias que frequentemente
chocam com as correntes liberais do seu país de origem, o nome de Ratzinger
surgiu em todas as polémicas no seio da Igreja católica para travar as
tentativas de reforma dos seus correligionários mais progressistas.
Ratzinger, que nasceu em Marktl
(Baviera), na diocese de Passau, numa família tradicional de camponeses,
participou como soldado do exército alemão nos últimos meses da Segunda Grande
Guerra.
Entre 1946 e 1951 estudou
filosofia e teologia na universidade de Munique e em 1951 foi ordenado
sacerdote. Depois de se formar em 1953,
assumiu em diferentes cidades alemãs as respectivas cátedras de teologia,
centrando o seu ensino no dogma e na teologia fundamental.
Em Junho de 1977 foi nomeado
cardeal pelo Papa Paulo VI.
François Hollande, presidente
da França, foi um dos primeiros a reagir à renúncia do Papa considerando a
decisão de “eminentemente respeitável". A chanceler alemã Angela Merkel
mostrou-se "emocionada" com a saída de Josepf Ratzinger. "Quero
expressar respeito e gratidão pelo Papa", disse.
Mensagem de S.S. Papa Bento XVI:
Queridíssimos Irmãos,
Convoquei-vos para este
Consistório, não apenas por causa das três canonizações, mas também para vos
comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja.
Depois de examinar
reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza de que, pela
idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de
Pedro (petrino). Sou consciente de que este ministério, pela sua natureza
espiritual, deve ser levado a cabo não apenas por obras e palavras mas também,
em menor grau, através do sofrimento e da oração.
No mundo atual, sujeito a
rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevância para a vida
da Fé, para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho é necessário
também vigor, tanto do corpo como do espírito. Vigor que, nos últimos meses,
diminuiu em mim de forma que tenho de reconhecer a minha capacidade para
exercer de boa forma o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo consciente da
seriedade deste ato, e em plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério
de Bispo de Roma, sucessor de S. Pedro, que me foi confiado pelos cardeais no
dia 19 de abril de 2005. De forma que, a partir do dia 28 de fevereiro de 2013,
às 20:00 (19:00 em Lisboa), a sede de Roma, a sede de S. Pedro vai ficar vaga e
deverá ser convocada, através daqueles que têm competências, o Conclave para a
eleição do novo Sumo Pontífice.
Queridíssimos irmãos, dou-vos
as graças de coração por todo o amor e trabalho com que trouxeram até mim o
peso do meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos a Igreja ao
cuidado do Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo e suplicamos a Maria, sua
Santa Mãe, que assista com a sua materna bondade aos padres cardeais ao eleger
o novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, também no futuro, quero servir
com todo o meu coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.
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