NA MÃO DE DEUS
Na mão de Deus, na sua mão
direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada
estreita.
Como as flores mortais, com que
se enfeita
A ignorância infantil, despojo
vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e
imperfeita.
Como criança, em lôbrega
jornada,
Que a mãe leva ao colo
agasalhada
E atravessa, sorrindo
vagamente,
Selvas, mares, areias do
deserto...
Dorme o teu sono, coração
liberto,
Dorme na mão de Deus
eternamente!
ANTERO DE QUENTAL, in
"Sonetos"
3 comentários:
Lindíssimo
Lindíssimo
Obrigada pelo comentário, Germana. Ainda bem que gostou. Um blogue simples,sem pretensões, mas elaborado com muito carinho! :)
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