Malangatana, pintor, artista multifacetado, não morreu....Continuará entre nós enquanto a obra que nos deixa, perdurar. Mas Malangatana Valente Ngwenya, nascido a 6 de Junho de 1936 em Matalana, Maputo, faleceu no dia 4 deste mês de Janeiro de 2011, aos 74 anos de idade, em Matosinhos, Portugal.
A sua morte causou grande surpresa, poucas pessoas sabiam que Malangatana se encontrava gravemente doente. Pintor, pastor, aprendiz e curandeiro, a sua obra ultrapassou as fronteiras de Moçambique e de África, tornando-o numa das pessoas mais carismáticas de Moçambique e numa verdadeira lenda viva.
Malangatana afirmou o princípio de uma cultura sem fronteiras, com dignidade e sem agressões por outras raças e culturas. Entendia que as culturas eram mulatas e todos os seus quadros representam trabalhos muito genuínos, reflectindo as manifestações próprias das culturas tribais africanas: motivos aglomerados, que em explosões de cores se reunem num todo. Toda a sua obra é composta por telas em que o colectivo e as multidões são representadas, com rostos que são máscaras. De uma identidade fortíssima, quando olhamos uma obra sua, imediatamente dizemos que é de Malangatana...
Em Moçambique, o Governo e o ex-Presidente Joaquim Chissano consideraram, com profunda tristeza, que "a cultura estava desfalcada de um animador de cultura, em todos os aspectos". E o resto do Mundo, também.
Foi nomeado Artista da Paz pela UNESCO, recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D. Henrique. Toda a sua obra, que inclui pintura, desenho, escultura, está representada em várias colecções públicas e privadas, incluindo a do Centro de Arte Moderna, da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que possui cinco obras do pintor moçambicano.
Até sempre, Malangatana...
Até sempre, Malangatana...
Palavras bonitas para um retrato perfeito do grande Artista que nos deixou!
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